O tarifaço estadunidense contra produtos brasileiros pode fazer com que as exportações apresentem queda. O mesmo pode ocorrer com investimentos e índices de emprego na indústria nacional. Ao mesmo tempo, segundo projeção da Sondagem Industrial, divulgada pela Confederação Nacional da Indústria (CNI), a produção industrial e a estabilidade da Utilização da Capacidade Instalada (UCI), se mantiveram em patamares aceitáveis.
Segundo o levantamento, o índice que mede a expectativa de exportações da indústria para os próximos seis meses recuou 5,1 pontos em agosto, caindo para 46,6 pontos. Quando abaixo de 50 pontos, o indicador sinaliza que os empresários esperam queda na quantidade exportada pelo setor.
Porém, se de um lado empresários esperam menos exportações; do outro, a capacidade de produção está acima de 50 pontos (52,6), o que representa aumento da produção industrial em comparação a junho.
"A piora das expectativas de exportações da indústria está relacionada a incertezas do cenário externo, principalmente em função da nova política comercial americana", resume a analista da CNI, Isabella Bianchi.
Há quem discorde da avaliação da CNI e pontue que o levantamento foi feito antes da entrada em vigor do tarifaço de Trump: "Se olharmos apenas a Sondagem Industrial, os dados isolados mitigariam qualquer alarmismo excessivo. Entretanto, são análises e indicadores que retratam uma realidade anterior ao tarifaço", avalia Ana Paula Abritta, diretora de Estratégia e Inovação da BMJ Consultores Associados.
"O governo brasileiro tem demonstrado proatividade com o Plano Brasil Soberano, que traz medidas que visam assistir o setor produtivo, proteger empregos e intensificar a diplomacia comercial", acrescenta a especialista.