Por: Martha Imenes

Governo vai migrar 4 milhões de contas para plataforma

Aplicativo Crédito do Trabalhador vai concentrar as operações de consignado CLT | Foto: Divulgação

O governo federal vai transferir cerca de 4 milhões de contratos antigos para a plataforma Crédito do Trabalhador, que fornece crédito com juros mais baixos a trabalhadores com carteira assinada. A transferência ocorrerá em operações antigas de crédito consignado de funcionários que trabalham ou trabalhavam em empresas que tinham parceria com bancos para oferecer empréstimos com desconto das parcelas no salário.

De acordo com o Ministério do Trabalho e Emprego (MTE), a portabilidade do crédito poderá ser feita pelo telefone celular, e estará concluída em novembro. O ministério não informou, no entanto, se o trabalhador precisa aderir ao programa ou se a transferência será feita automaticamente.

Balanço

Também chamada de Consignado CLT, a nova modalidade de crédito emprestou, até o fim da semana passada, R$ 27,8 bilhões a 3.919.679 trabalhadores.

Foram assinados 5.643.384 contratos, com juros médios de 3,58% ao mês. Cerca de 60% das operações atendem a trabalhadores que ganham até quatro salários mínimos.

Como era

No modelo antigo, as empresas privadas tinham de fazer convênios com determinado banco para possibilitar o desconto na folha de pagamento. O trabalhador com carteira assinada (CLT) tinha a opção de pegar o crédito consignado apenas na instituição com a qual o empregador assinou o convênio e compartilhou os dados funcionais. Esse modelo será extinto em novembro. Vai valer somente o Crédito do Trabalhador.

 

Portabilidade em vigor desde junho

Desde junho, o trabalhador pode fazer a portabilidade de operações antigas do crédito consignado privado, escolhendo a instituição financeira que oferecer as melhores condições (como juros baixos e parcelas reduzidas).

O processo, no entanto, só pode ser feito por meio do aplicativo do banco ou nas agências bancárias.

No aplicativo Carteira de Trabalho Digital, o trabalhador autoriza o compartilhamento de seus dados (como CPF, tempo de empresa e margem disponível).

? Em até 24 horas, instituições financeiras enviam ofertas de crédito;

? O trabalhador escolhe a melhor proposta, com juros menores;

? As parcelas são descontadas diretamente na folha de pagamento;

? Até 35% da renda mensal podem ser comprometidos com o empréstimo.

Como pedir

? Verificar se o banco de destino oferece o novo consignado para CLT;

? Pedir a portabilidade nos canais digitais da instituição (site ou aplicativo);

? A partir de 21 de agosto, portabilidade também pode ser pedida no aplicativo Carteira de Trabalho, com migração gradual até novembro;

? A nova instituição quita a dívida anterior e assume o crédito automaticamente, com os juros e os prazos da nova linha.

Dataprev

A migração das operações antigas para a plataforma Crédito do Trabalhador será realizada pela Dataprev, empresa estatal contratada pelo Ministério do Trabalho e Emprego (MTE) para elaborar a plataforma.

Dados estão disponíveis para 70 instituições

Com o Programa Crédito do Trabalhador, mais de 70 bancos e instituições financeiras poderão ter acesso ao perfil de trabalhadores com carteira assinada através do eSocial, sistema eletrônico obrigatório que unifica informações trabalhistas, previdenciárias e fiscais de empregadores e empregados de todo o país.

Segundo a Federação Brasileira de Bancos (Febraban), o volume de crédito consignado privado poderá ultrapassar os R$ 120 bilhões neste ano.

Ampliação

Essa é a quarta etapa de ampliação da portabilidade da nova linha de consignado para trabalhadores CLT. Em abril, o trabalhador podia trocar dívidas caras por mais baratas dentro do mesmo banco. Em maio, começou a valer a migração do consignado para CLT entre bancos diferentes.

Troca

Desde junho, o trabalhador que contratou a nova modalidade de empréstimo consignado privado pode trocar de instituição financeira, escolhendo a que oferece juros mais baixos.

Nessa etapa, qualquer dívida de qualquer banco pode ser migrada, inclusive as linhas do Crédito do Trabalhador contratadas desde março.

O procedimento podia ser feito apenas nos aplicativos e nos sites das instituições financeiras habilitadas no programa Crédito do Trabalhador.