Por: Martha Imenes

BNDES liberou R$ 3,3 bi para agricultura familiar

Mercadante: créditos aprovados atendem grandes e pequenos agricultores | Foto: Marcelo Camargo/Agência Brasil

O Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES) já liberou R$ 3,3 bilhões em créditos para a agricultura familiar. No total, R$ 10 bilhões foram aprovados até agora para o agronegócio. Os financiamentos começaram a ser liberados em 17 de julho deste ano, dentro do Programa Agropecuário do Governo Federal (PAGF) e do BNDES Crédito Rural (R$ 812 milhões). 

Segundo o presidente do BNDES, Alizio Mercadante, esses créditos aprovados "atendem grandes e pequenos agricultores e mostram o compromisso com o setor agropecuário sustentável e inovador". Mercadante complementa: "Dos R$ 10 bilhões aprovados até agora, cerca de R$ 3,3 bilhões foram para a agricultura familiar".

De acordo com o BNDES, os recursos foram para o Programa Nacional de Fortalecimento da Agricultura (Pronaf) e Programa Nacional de Apoio ao Médio Produtor Rural (Pronamp). Também foram atendidos o Programa para Construção e Ampliação de Armazéns (PCA) e o Programa de Modernização da Frota de Tratores Agrícolas e Implementos Associados e Colheitadeiras (Moderfrota).

Nas linhas de custeio foram consumidos R$ 2,68 bilhões; e nas de investimentos em instalações e máquinas a aprovação alcançou R$ 7,37 bilhões. Para agricultores familiares, micro, pequenos e médios produtores rurais e cooperativas, as liberações chegaram a R$ 9,1 bilhões.

O banco também ressaltou que a operação foi realizada por meio de instituições parceiras, permitindo uma distribuição descentralizada de recursos, alcançando 93% dos municípios.

"Esse desempenho mostra a alta demanda por recursos e a capacidade do BNDES em atender, com agilidade e eficiência, este setor que é um dos principais motores do desenvolvimento econômico", afirmou Mercadante.

 

Destinação recorde de R$ 89 bilhões

O Plano Safra da Agricultura Familiar 2025/2026 destinou R$ 89 bilhões para crédito rural no âmbito do Programa Nacional de Fortalecimento da Agricultura Familiar (Pronaf) e outras políticas como compras públicas, seguro agrícola, assistência técnica e garantia de preço mínimo, é recorde para o setor. Em 2024, foram destinados R$ 76 bilhões.

Do total para a safra, R$ 78,2 bilhões são para o Pronaf e amanutenção da taxa de juros de 3% para financiar a produção de alimentos, como arroz, feijão, mandioca, frutas, verduras, ovos e leite - caindo para 2% quando o cultivo for orgânico ou agroecológico.

No anúncio do programa em junho passado, o presidente Lula destacou a importância das linhas de incentivo à mecanização do campo, tanto para o aumento de produtividade das lavouras quanto para qualidade de vida dos pequenos produtores.

Transferência de embriões para melhoramento genético

Melhoramento genético impacta positivamente na cadeia produtiva de leite | Foto: Divulgação

O governo Lula lançou, dentro do Plano Safra 2025/2026, o Programa de Transferência de Embriões, medida inédita no âmbito estatal para estimular a inovação da cadeia leiteira e a qualidade genética do rebanho. A inciativa, no entanto, já está em andamento no setor privado. Um deles é o +Pecuária Brasil, que em apenas quatro anos é responsável - direta ou indiretamente - por 30% do aumento da demanda de sêmen bovino em 2025, especialmente nos segmentos de leite (80%) e corte (20%) da pecuária familiar.

Por meio de convênio com as administrações públicas regionais, o pequeno produtor pode aderir ao programa privado de melhoramento genético, feito em parceria com a Alta Genetics.

"O programa +Pecuária Brasil é fundamental para o setor agropecuário brasileiro, não apenas pelo impacto direto no fortalecimento do Produto Interno Bruto (PIB) nacional, mas também pelo papel estratégico no fomento às cadeias produtivas da agricultura familiar", avalia Amanda Soares, diretora do programa.

O +Pecuária Brasil está presente em quatro mil municípios brasileiros levando biotecnologia, assistência técnica, logística e protocolos reprodutivos a pequenos pecuaristas.