A inadimplência no Brasil tem mostrado sinais preocupantes nos últimos dois anos, afetando tanto consumidores quanto empresas. Em junho, o Brasil registrou 77,8 milhões de pessoas com dívidas em atraso, segundo a Serasa.
De acordo com a pesquisa, pessoas de 41 a 60 anos (35,2%) são as que mais estão no vermelho. O valor médio da dívida e o tempo médio de atraso também estão em alta, sendo R$ 772 por acordo renegociado, e atraso de cerca de 27,7 meses.
Os vilões das dívidas são: cartão de crédito, crédito pessoal e carnês de loja.
Segundo os dados mais recentes da Confederação Nacional do Comércio (CNC), a inadimplência no Brasil pode atingir 29,8% das famílias até o final de 2025, refletindo uma crescente fragilidade financeira entre os consumidores. O cartão de crédito aparece como o principal responsável pelo endividamento, sendo utilizado por mais de 83% dos lares endividados.
"Apesar de ser um instrumento útil, seu uso excessivo — especialmente o rotativo, com juros acima de 400% ao ano — tem levado muitas famílias ao limite", avalia a planejadora financeira, Myrian Lund.
Em São Paulo
A inadimplência entre as famílias que vivem na capital paulista cresceu em julho, atingindo o maior patamar desde abril de 2024, apontou um levantamento feito pela Federação do Comércio de Bens, Serviços e Turismo do Estado de São Paulo (FecomercioSP).
Segundo a federação, o percentual de lares inadimplentes passou de 21,6% em junho para 22,1% em julho, com 905,7 mil lares com contas em atraso na cidade de São Paulo. Também houve aumento na comparação com o mesmo mês do ano passado, quando foi registrado 19,9% de inadimplência.
O levantamento apontou aumento entre os lares que não vão conseguir quitar as dívidas, que passaram de 8,2% há um ano para 9,1% em julho deste ano.
O percentual de lares com dívidas passou de 71,4% para 70,9%, o que representa cerca de 2,9 milhões de famílias.
Segundo a federação, o mercado de trabalho aquecido e a inflação sob controle devem ajudar a conter a deterioração do cenário financeiro.