Por: Por Martha Imenes

Pix 'made in Brasil', com S, chega ao exterior e promete ganhar mercado

Pix automático permitirá pagamento de contas | Foto: Marcello Casal JrAgência Brasil

Criação brasileira, o sistema instantâneo de transações financeiras, o Pix, é o preferido no Brasil, e já andou incomodando um bocado o presidente estadunidense Donald Trump.

O modelo, criado pelo Banco Central e implantado em 2020 no Brasil, está se disseminando rapidamente em outros países por meio de soluções oferecidas por empresas privadas, especialmente as chamadas fintechs, instituições especializadas em serviços financeiros e tecnologia.

A rigor, o Pix não permite transferências internacionais diretamente para contas bancárias de outros países, apenas entre contas abertas no Brasil.

Mas, desde 2023, e, principalmente no último ano, o uso do Pix como meio de pagamento no exterior está sendo viabilizado a partir de parcerias diretas entre fintechs brasileiras, que oferecem a chave Pix, e empresas credenciadoras, chamadas de adquirentes, que são aquelas instituições financeiras responsáveis pelas maquininhas de pagamento de cartão de crédito e débito.

Para o Pix funcionar no exterior, no entanto, é necessário que as duas pontas da transação - o usuário recebedor e usuário pagador - tenham contas em instituições participantes do Pix no Brasil e conta em real ou, alternativamente, um estabelecimento do exterior pode receber por meio de um prestador de eFX (facilitadoras de pagamentos internacionais). Nesse caso, o usuário pagador efetua um Pix por meio de sua conta no Brasil para este agente eFX, como a PagBrasil, por exemplo, que então procede com uma remessa internacional para o estabelecimento, de forma instantânea.

Usado por cerca de 75% da população brasileira, o que dá cerca de 160 milhões de pessoas, o Pix é disparado o principal método de transferência de recursos entre contas. Desde o ano passado, segundo dados do BC, ele responde por quase metade do total de transações de pagamento realizadas no Brasil, muito à frente de pagamentos com cartões de crédito ou débito, por exemplo.

Outra opção recorrente de uso do Pix fora do país acontece por meio de empresas financeiras que oferecem serviços de transferência internacional de dinheiro e conta multimoeda. Neste caso, o usuário faz um pagamento Pix que gera crédito nessa conta internacional, em que é possível escolher diferentes moedas, utilizando o câmbio internacional, e gastar na forma de cartão digital de débito, usando o aplicativo instalado no celular.

Na capital argentina e no Paraguai, em locais como lojas de departamento, restaurantes, feiras, bares e diversos pontos com alto fluxo de turistas brasileiros, também é certo encontrar a opção de pagamento no Pix. Porém, o modelo já se expandiu para países como Espanha, Portugal, França, Chile, Panamá e, mais recentemente, os Estados Unidos (EUA).

Na maior economia do planeta, a PagBrasil e a Verifone anunciaram há poucas semanas um acordo para oferecer a modalidade de pagamento via Pix com conversão em tempo real de dólar para o real.

A expectativa é que, nos locais mais procurados pelos brasileiros nos EUA, como Flórida e Nova York, a opção de pagamento via Pix deverá estar cada mais disseminada, sobretudo em grandes lojas e parques temáticos.