O cerco a tentativas de fraude contra aposentados e pensionistas do Instituto Nacional do Seguro Social (INSS) e beneficiários programas sociais está se fechando. No mesmo momento que o volume de crédito consignado no INSS caiu para 67% entre abril e junho deste ano por conta da exigência de biometria, o governo federal regulamentou a Lei nº 15.077, de 2024. O decreto exige o uso de biometria para concessão de benefícios sociais e estabelece o uso das bases de cadastro biométrico para a concessão, manutenção e renovação de benefícios da seguridade social.
Dados da Associação Brasileira de Bancos (ABBC), entre abril e maio, a redução ficou em 65%; e, comparada a janeiro, quando o volume foi de 4,2 milhões de contratações, a queda é de 82%.
Cadastro
Segundo a nova norma, o cadastro biométrico usará a base da Carteira de Identidade Nacional (CIN), que já está disponível em todos os estados brasileiros. De forma transitória, também serão utilizados os cadastros constantes das bases biométricas da Carteira Nacional de Habilitação (CNH), da base de identificação civil da Polícia Federal (PF) ou da Identificação Civil Nacional sob a responsabilidade do Tribunal Superior Eleitoral (TSE).
150 milhões
De acordo com o governo, cerca de 150 milhões de brasileiros têm biometria cadastrada em alguma das bases do governo. O alto número indica, segundo o governo, que as bases biométricas já cobrem boa parte da população beneficiária de políticas públicas. O cronograma e as diretrizes desse serviço ainda serão definidos pelo Ministério da Gestão e da Inovação em Serviços Públicos (MGI).
Pendência
A ABBC aponta que há ao menos 500 mil pedidos de aposentados pendentes de análise pela Dataprev (empresa de tecnologia da Previdência), responsável pelo processamento de dados do INSS e pela implantação da biometria.
A associação diz que há limitações operacionais da estatal que, atrelada às dificuldades dos próprios aposentados em realizar a biometria, afeta a contratação de consignado.