Cerca de 3 milhões de trabalhadores com carteira assinada utilizaram R$ 19,3 bilhões do programa Crédito do trabalhador, segundo informações do Ministério do Trabalho e Emprego (MTE). O programa - conhecido popularmente como consignado CLT - é destinado, principalmente, a empregados domésticos e trabalhadores rurais com carteira assinada, além de assalariados de microempreendedores (MEIs).
Lançada em março passado, a nova modalidade de crédito permite que profissionais do setor privado usem a Carteira de Trabalho Digital para ter acesso a empréstimos mais baratos com garantia do Fundo de Garantia do Tempo de Serviço (FGTS).
Pelo sistema, o trabalhador pode comprometer até 10% do saldo no FGTS e 100% da multa rescisória em caso de demissão. E, desde 25 de abril, é possível fazer contratações pelos canais eletrônicos dos bancos e solicitar portabilidade de empréstimo, caso o juro seja mais favorável em outra instituição financeira.
A taxa de juros varia de acordo com a instituição financeira e o perfil do cliente, mas a média está em torno de 3,43% ao mês. O governo tem incentivado a redução dessa taxa, buscando equipará-la à taxa do consignado para servidores públicos e aposentados, que está em 1,8% ao mês.
Atualmente, 47 milhões de pessoas pagam mais de 5% ao mês de juros no crédito pessoal. Nesse universo de pessoas contempladas com o crédito estão 2,2 milhões de domésticos, 4 milhões de trabalhadores rurais, além de empregados de MEls, que hoje estão excluídos da consignação privada, segundo dados apresentados pelo Ministério da Fazenda à época do lançamento do programa.
A Federação Brasileira de Bancos (Febraban) estima que em até quatro anos cerca de 19 milhões de celetistas optem pela consignação dos salários, o que pode representar mais de R$ 120 bi em empréstimos.