Por Martha Imenes
A alta da taxa básica de juros é ponto de convergência entre membros do governo federal e oposição. Parlamentares, assim como o ministro da Agricultura e Pecuária, Carlos Fávaro, avaliam que a Selic a 15% ao ano impacta negativamente o crédito e o setor produtivo.
"Na minha avaliação, não sou economista, mas sou um cidadão que vive o dia a dia, e até como empresário, é inadmissível essa Selic a 15%. Temos uma inflação controlada, um Brasil crescendo pelo terceiro ano seguido na ordem de 3% ao ano, a renda da população crescendo, o desemprego caindo, a balança comercial com excedentes como nunca teve na história", disse Fávaro ao participar de entrevista a emissoras de rádio durante o programa Bom Dia, Ministro.
E disparou: "Qual a justificativa plausível? Eu não consigo achar, com todo o respeito ao (presidente do Banco Central, Gabriel) Galípolo e toda a diretoria do Banco Central, 15% de Selic? Isso dificulta a formação da equalização de um Plano Safra".
Para o líder do PT na Câmara, deputado Lindbergh Farias, concorda com o ministro: "Essa taxa de juros é impeditiva do crescimento econômico e da geração de empregos no país. É segunda maior taxa de juros do mundo e joga contra a economia do Brasil, que poderia estar crescendo ainda mais com juros mais baixos".
Na mesma linha segue o deputado Sóstenes Cavalcante (PL-RJ). Segundo ele, durante o governo Bolsonaro a taxa de juros ficou em 9,3%, em média.
"A taxa de juros no patamar de 15% gera altíssimos impactos ao setor produtivo e de crédito no país", diz o deputado da oposição.
Durante o governo de Jair Bolsonaro (2019-2022), a taxa Selic teve uma trajetória oscilante: apresentou uma queda história a 2% ao longo de 2020 por conta da Covid, no ano anterior estava em 6,5%. A taxa fechou 2022 em 13,75% ao ano.