Por: Martha Imenes

Preços de alimentos caem e IPCA-15 fica em 0,26%

Crescimento de vendas em supermercados bateu 3,7% | Foto: Valter Campanato/Agência Brasil

Por Martha Imenes

O Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) divulgou, nesta quinta-feira (26), que a prévia da inflação recuou após nove meses seguidos de alta. De acordo com o IBGE, o Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo 15 (IPCA-15) fechou em 0,26%. O preço dos alimentos apresentou queda em junho e impactou o resultado. Conforme o levantamento, esse resultado representa o quarto mês seguido de desaceleração, ou seja, a inflação está perdendo força. No entanto, por que a população não sente essa queda na hora do mercado?

Economistas avaliam que mesmo com a queda da prévia da inflação o preço dos alimentos está muita acima do que o consumidor estava acostumado a pagar. Guilherme Gomes, economista e consultor na BMJ Consultores Associados, avalia que o resultado da prévia da inflação é um resultado positivo, mas pondera que o recuo ocorreu após nove meses consecutivos de aumento.

"A alta de preços acumulada no período não foi compensada pela recente - e pontual - queda nos preços", diz.

Ele explica que a redução no preço dos alimentos não foi generalizada e ocorreu apenas em alguns gêneros, mas outros produtos tiveram novos aumentos de preços.

"Caso a tendência de queda continue nos próximos meses, os consumidores poderão de fato começar a sentir uma menor pressão inflacionária dos alimentos no orçamento familiar", afirma Guilherme Gomes.

Para o economista e professor do Ibmec, Gilberto Braga, o processo de queda no preço dos alimentos ainda é pequeno, mas deverá se acentuar nos próximos meses por conta da supersafra estimada para esse ano.

"A tendência é que a queda de preço dos 'vilões da inflação' (arroz, tomate e ovos) tenha um efeito para os demais itens da alimentação caso não existam intercorrências climáticas que venham a comprometer a colheita de grãos", finaliza.