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Focus reduz IPCA em 0,01 p.p.; PIBinho sobe o mesmo

Por Marcello Sigwalt

Atestado da ineficácia da política monetária monolítica perpetrada pelo Planalto - que acabou de dar mais um aperto no bolso do brasileiro, ao alçar a Selic ao patamar de 15% ao ano, segunda maior taxa real do planeta - o 'condescendente' mercado financeiro conferiu uma redução 'microscópica' à sua estimativa do IPCA (Índice de Preços ao Consumidor Amplo) para 2025, que recuou 0,01 ponto percentual, de 5,25% para 5,24%.

Tal retração 'desprezível' só confirma a tendência de que o teto da meta de inflação - fixado em 4,5% para este ano, pelo Conselho Monetário Nacional (CMN) - deverá ser estourada, mais uma vez este ano, a nona, nos últimos 26 anos. Com o 'horizonte relevante' - referência para o ajuste da taxa básica - indo 'às calendas', restou manter a previsível estabilidade para os dois próximos anos, com o índice permanecendo em 4,5% e 4% para 2026 e 2027, respectivamente. Exceção feita para 2028, mantido em 4 %

Igualmente pífia foi a previsão de avanço do PIB (Produto Interno Bruto) para o ano corrente, de 2,20% para 2,21%, como também para 2026 e 2027, de 1,83% para 1,85%, respectivamente. Ou seja, levando em conta que a inflação não será 'debelada' facilmente, ante um mercado de trabalho aquecido, o horizonte para os próximos anos deve ser marcado por taxas de crescimento 'nanicas'.

Em 'alinhamento automático' ao tom adotado pelo Copom em seu comunicado da semana passada - que admitiu elevar, além de 15% ao ano o patamar da Selic - o Focus 'ajustou' neste patamar sua previsão para 2025, mantida em 12,50% ao ano para 2026 e em 10,50% ao ano, para 2026.

Quanto ao desempenho das contas externas, a banca manteve em US$ 74 bilhões o superávit da balança comercial e em US$ 78 bilhões para 2026. O investimento estrangeiro direto continuou em US$ 70 bilhões, o mesmo para 2026.