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Petróleo 'despenca' US$ 4 com ataque

Os preços do petróleo caíam mais de US$ 4, ou quase 6%, nesta segunda-feira (23), depois que o Irã atacou a base militar dos Estados Unidos no Catar, em retaliação aos ataques dos EUA às suas instalações nucleares, e não tomou medidas para interromper o tráfego de navios-tanque de petróleo e gás através do Estreito de Ormuz.

Os contratos futuros do petróleo Brent caíam US$ 4,29, ou 5,57%, para US$ 72,72 por barril, por volta de 14h55 (horário de Brasília). O petróleo West Texas Intermediate dos EUA (WTI) caía US$ 4,11, ou 5,57%, a US$ 69,73.

Explosões foram ouvidas sobre a capital do Catar, Doha, segundo uma testemunha da Reuters, pouco depois de um diplomata ocidental ter dito que havia uma ameaça iraniana crível contra a base aérea de al Udeid, administrada pelos EUA, no Estado árabe do Golfo.

"Os fluxos de petróleo, por enquanto, não são o alvo principal e provavelmente não serão afetados; acho que será uma retaliação militar contra as bases dos EUA e/ou uma tentativa de atingir mais alvos civis israelenses", disse John Kilduff, sócio da Again Capital.

O Catar disse que fechou seu espaço aéreo, enquanto o espaço aéreo dos Emirados Árabes Unidos foi fechado com base em rotas de voo e áudio de controle de tráfego aéreo, de acordo com a Flightradar.

O presidente dos EUA, Donald Trump, disse que havia "obliterado" as principais instalações nucleares do Irã em ataques no fim de semana, juntando-se a um ataque israelense que escalou o conflito na região, já que Teerã prometeu se defender.

Israel realizou novos ataques contra o Irã nesta segunda-feira, na capital, Teerã, e na instalação nuclear iraniana de Fordow, também atacada pelos EUA.

Pelo menos dois superpetroleiros deram meia-volta perto do Estreito de Ormuz após os ataques militares dos EUA contra o Irã, segundo dados de rastreamento de navios, já que mais de uma semana de violência na região levou as embarcações a acelerar, pausar ou alterar suas viagens.

Cerca de um quinto do suprimento global de petróleo passa pelo estreito. No entanto, o risco de uma paralisação completa é baixo, segundo analistas.