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Cinco fatores justificam fim do 'aperto'

Como justificativa para a interrupção do ciclo de aperto monetário, a CNI apontou cinco fatores. São eles: taxa de juros real crescente; crédito caro; economia em desaceleração; menor impulso fiscal; e sinais positivos da inflação.

No caso da taxa de juros real crescente e em patamar excessivo, a entidade avalia que, a partir da decisão do Copom, a taxa de juros real subiu para 9,8% a.a., a terceira posição entre as maiores taxas de juros real do mundo, atrás apenas de Turquia e Rússia.

Quanto ao crédito mais caro, a confederação lembra que a taxa de juros média cobrada das empresas nas concessões de crédito, considerando as linhas com recursos livres, subiu de 20,6% a.a. em setembro de 2024, quando se iniciou o atual ciclo de altas na Selic, para 26% a.a., em abril de 2025.

Segundo Alban, a desaceleração da atividade econômica pode ser confirmada pela queda de 0,1% no PIB da indústria no 1º trimestre (1T25), ante o trimestre anterior (4T24), após oito trimestres de crescimento. A produção industrial cresceu apenas 0,1% em abril, segundo o IBGE. Já o menor impulso fiscal favorece controle da inflação e 'segurar' a desaceleração da atividade econômica nos próximos meses. Apesar disso, a CNI estima que as despesas federais vão registrar crescimento real de 2,8% em 2025, abaixo do crescimento registrado em 2024, de 3,7%. Boa parte dessa redução se deve às políticas de contenção de despesas anunciadas desde o fim de 2024. "Essas medidas são positivas para equilibrar as políticas monetária e fiscal e precisam ser ampliadas", defende Alban. (M.S.)