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Copom-BC volta a elevar Selic, agora a 15% ao ano

Por Marcello Sigwalt

Ao observar, com atenção, o "impacto da política fiscal sobre a política monetária e os ativos financeiros, como expectativas 'desancoradas', projeções de inflação elevadas, resiliência da atividade econômica e pressões no mercado de trabalho", que exige uma política monetária em patamar significativamente contracionista por um período bastante prolongado", o Copom (Comitê de Politica Monetária) do Banco Central (BC) decidiu elevar, em mais 0,25 ponto percentual (p.p.) a taxa básica de juros (Selic), que então passou de 14,75% ao ano (a.a.) para 15% ao ano.

Como justificativa para a decisão - que frustra setores do mercado, que esperavam o fim do ciclo de alta da Selic - o colegiado, mais uma vez, recorrendo à verborragia tecnocrática que o caracteriza, argumentou que esta "é compatível com a estratégia de convergência da inflação para o redor da meta ao longo do horizonte relevante, sem prejuízo do objetivo fundamental de assegurar a estabilidade de preços, essa decisão também implica suavização das flutuações do nível de atividade econômica e fomento do pleno emprego".

Obviamente, sem se comprometer com qualquer viés da taxa básica, em qualquer prazo, o comitê, contudo, fez uma ressalva, no comunicado ao mercado: "Em se confirmando o cenário esperado, o Comitê antecipa uma interrupção no ciclo de alta de juros para examinar os impactos acumulados do ajuste já realizado, ainda por serem observados, e então avaliar se o nível corrente da taxa de juros, considerando a sua manutenção por período bastante prolongado, é suficiente para assegurar a convergência da inflação à meta".

Pelo contrário, o colegiado procurou deixar bem claro, em sua mensagem, que deverá se manter 'vigilante', acrescentando que "os passos futuros da política monetária poderão ser ajustados e que não hesitará em prosseguir no ciclo de ajuste caso julgue apropriado".