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Queda 'pífia' do IPCA é uma aposta no fim de alta da Selic

Por Marcello Sigwalt

A queda 'homeopática' (pela terceira vez seguida) operada pelo mercado financeiro para o IPCA - indicador oficial de inflação - para 2025, de 5,44% para 5,25%, combinada com a 'paralisia' da Selic (taxa básica de juros) nos atuais 14,75% ao ano (a.a.), ao cabo do ano, e a elevação 'pífia', de 2,18% para 2,20%, do PIB, permite duas conclusões centrais: a primeira, que a economia 'sentiu o golpe' do aperto monetário recorrente do Banco Central (BC) e dá sinais claros de desaceleração. E a segunda, que reforça a 'aposta' (quase crença) da banca, de que o Copom (Comitê de Política Monetária) deverá encerrar o ciclo de alta dos juros básicos, já neste mês.

Como a única coisa certa é a imprevisibilidade da gestão econômica petista, com foco eleitoreiro, esta perdeu o chamado 'horizonte relevante', para efeito de política monetária pelo BC, uma vez que a estimativa do IPCA permaneceu estável para 2026, 2027 e 2028, em 4,5%, 4% e 3,85%, respectivamente.

O modelo preditivo a 'conta gotas' também pode ser encontrado em relação ao PIB (Produto Interno Bruto) deste ano, que subiu milimetricamente, de 2,18% para 2,20%, o mesmo valendo para 2026, de 1,81% para 1,83%, além de se manter nos 2% anteriores para 2027 e 2028.

O receituário estabilizante se verifica, igualmente, quanto à trajetória futura da Selic, mantida nos atuais 14,75% a.a.; em 12,5% a.a. para 2026, em 10,50% a.a., no ano seguinte.

Destoando do conjunto gradualista geral, após quatro semanas, o déficit em transações correntes para 2025 subiu para R$ 56,63 bilhões; montante deve ser 100% financiado pelo ingresso de Investimentos Diretos no País (IDP), estimado em U$ 70 bilhões.

Enquanto o déficit primário do setor público de 2025 foi mantido em 0,60% do PIB, A dívida líquida do setor público (DLSP) em 2025 continuou em 65,80% do PIB.