Por Marcello Sigwalt
Após três meses de crescimento consecutivo e atingir patamar recorde em março, as vendas do comércio varejista recuaram 0,4% em abril, em relação ao mês anterior. Apesar da retração, a média móvel trimestral do setor, no quarto mês do ano, avançou 0,3%, mas apresentou salto de 4,8%, em volume de vendas, no comparativo anual. Nos últimos 12 meses, a alta atingiu 3,4% e cresceu 2,1% no ano, conforme dados da Pesquisa Mensal de Comércio (PMC) divulgada, nessa quinta-feira (12), pelo IBGE (Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística).
Levando em conta o comércio varejista ampliado - que inclui veículos, motos, partes e peças, material de construção e atacado especializado em produtos alimentícios, bebidas e fumo - o volume de vendas registrou queda de 1,9% em abril, ante a março. A relativa estabilidade recente do setor decorre da forte base comparativa de março, quando a série histórica apresentou o maior patamar, desde seu início, em janeiro de 2000.
Na avaliação do gerente da Pesquisa Mensal de Comércio, Cristiano Santos "está havendo uma desaceleração, após três meses de crescimento. Existe o efeito base, pois o patamar anterior foi recorde. É muito mais difícil subir".
Do lado negativo, ficaram: combustíveis e lubrificantes (-1,7%), equipamentos e material para escritório, informática e comunicação (-1,3%), hiper e supermercados, produtos alimentícios, bebidas e fumo (-0,8%) e móveis e eletrodomésticos (-0,3%).
Santos explica que "o comércio é muito focado nos orçamentos familiares e que "a família precisa distribuir seu orçamento entre comércio, serviços, talvez uma poupança ou pagar uma dívida. No momento, existe o fator inflacionário, pois, mesmo com a queda na inflação em geral, houve aumento na inflação dos alimentos e isto vai se refletir diretamente no setor de hiper e supermercados".