Por Marcello Sigwalt
Com fidelidade 'canina' à estratégia da banca de assegurar uma gradual e 'previsível' redução da inflação no curto prazo, o mercado financeiro 'programou' um recuo de 5,50% para 5,46% do IPCA (Índice de Preços ao Consumidor Amplo) projetado para este ano - uma queda inexpressiva de 0,04 ponto percentual (p.p.) - conforme consta do boletim Focus, divulgado nessa segunda-feira (9) pelo Banco Central (BC), em consulta às 100 maiores instituições financeiras nacionais. Enquanto as estimativas para 2026 e 2027 'estacionaram' em 4,5% e 4%, respectivamente, aquela para 2028 subiu de 3,81% para 3,85%.
Certo é que o correligionário petista, alçado a presidência da autoridade monetária, Gabriel Galípolo, terá de explicar ao mandatário o quinto estouro seguido da meta de inflação. Caso se confirme o prognóstico para o IPCA, em dezembro próximo, tal patamar superará, em um ponto percentual, o teto da meta de inflação, fixada em 4,5% pelo Conselho Monetário Nacional (CMN).
A despeito do avanço dos indicadores da economia, a expectativa do Focus para 2025 baixou de 2,14% para 2,13%, ao passo que, para o ano que vem, esta cresceu de 1,70% para 1,80%. Já para 2026, a previsão de alta do PIB do mercado financeiro subiu de 1,70% para 1,80%, e continuou em 2% para 2027 e 2028.
'Vilã' da resiliente atividade econômica em curso, a Selic, se depender do mercado, deve encerrar 2025 em 14,75% ao ano, em que pese a perspectiva de a autoridade monetária majorar, ainda mais, a taxa básica de juros, que deve cair para 12,50% ano e 10,05%, para 2026 e 2027, respectivamente.
Pífia reação mostrou a projeção de superávit de 2025, de US$ 74,8 bilhões para US$ 75 bilhões, mas continuou em US$ 78,5 bilhões, para 2026. Estável em US$ 70 bilhões ficou a previsão de ingresso de Investimento Estrangeiro Direto este ano.