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Sobe proporção de famílias endividadas

Por Marcello Sigwalt

A reboque de juros 'nas alturas', ineficientes para 'domar o dragão inflacionário', os brasileiros estão cada vez mais endividados. Segundo a Pesquisa de Endividamento e Inadimplência do Consumidor (PEIC) - divulgada, nessa segunda-feira (9), pela Confederação Nacional do Comércio de Bens, Serviços e Turismo (CNC), ao apontar que a proporção de famílias inadimplentes sofreu elevação de 77,6%, em abril, para 78,2%, em maio, configurando a segunda alta seguida do indicador. Apesar de representar recuo de 0,6 ponto percentual, tal patamar se aproxima muito do registrado em igual mês do ano passado, quando chegou a 78,8%.

Em sua formulação, o estudo leva em conta itens, como dívidas as contas a vencer nas modalidades cartão de crédito, cheque especial, carnê de loja, crédito consignado, empréstimo pessoal, cheque pré-datado e prestações de carro e casa.

Outra conclusão da pesquisa é que a parcela de consumidores com contas em atraso avançou de 29,1% em abril para 29,5% em maio, o que corresponde ao maior nível, desde outubro de 2023. Já em maio de 2024, as famílias inadimplentes respondiam por 28,6%.

Em nota oficial, o presidente da CNC, José Roberto Tadros, acentuou que "apesar de o porcentual de endividados ter ficado abaixo do registrado em 2024, o avanço na inadimplência evidencia um aumento da fragilidade financeira das famílias. O crédito precisa ser acessado com responsabilidade. Garantir o equilíbrio entre endividamento e capacidade de pagamento será fundamental para o crescimento do País".

Ao mesmo tempo, a faixa de consumidores sem condições de pagar dívidas vencidas teve ligeira expansão, ao passar de 12,4% a 12,5%, no citado comparativo mensal. Essa parcela era de 12,0% em maio de 2024.

Em paralelo, a CNC admite que houve redução do tempo das dívidas, com destaque para o recuo, pelo quinto mês seguido, para 32,8%, da proporção de famílias com compromissos superiores a um ano. Por sua vez, o crescimento das faixas de curto e médio prazos "aponta maior adesão a formas de crédito com vencimentos mais próximos".