Por Marcello Sigwalt
"Se não por bem, terá de ser por mal", disparou, nesse sábado (7), o presidente da Federação Brasileira de Bancos (Febraban), Isaac Sidney, em tom de alerta, ao se reportar à necessidade urgente de o Executivo federal adotar, de fato, um ajuste fiscal. Durante participação em painel no Fórum Esfera, em Guarujá (SP), o dirigente admitiu, porém, que a 'façanha' requer um 'trabalho conjunto' entre os Três Poderes e a sociedade.
"Eu tenho a seguinte visão: se não por bem, terá de ser por mal", disse durante painel no Fórum Esfera, realizado em Guarujá, litoral de São Paulo. "Se nós não conseguirmos entender - e isso vale para o Judiciário, o Legislativo, passando pelo Executivo e a sociedade - por bem, essa conta será absolutamente inadministrável e insuportável", advertiu.
O representante dos bancos entende que "não só chegou a hora do debate", como também, "não há mais como adiá-lo", acrescentando: "É impossível que nós continuemos insistindo [no modelo perdulário eleitoreiro]", analisou.
Na sequência, Sidney observou que o país registra níveis de crescimento 'robustos' nos últimos três anos, em meio a um mercado de crédito 'pujante', mesmo admitindo, em seguida que, na ponta, já se anteveja a 'retração' de alguns indicadores. Por enquanto, segundo ele, o mercado de trabalho se mantém 'aquecido' e a demanda doméstica 'robusta', tanto de consumo quanto de investimento.
Fazendo coro ao presidente da Câmara, Hugo Motta, Sidney pregou que "é hora de fazer fiscal de verdade". Em sua visão, "estamos com dados econômicos em patamares bons, mas o revestimento do casco da embarcação precisa continuar".
Num chamamento direto aos empresários, de modo geral, Sidney entende que estes 'precisam participar da tarefa'. "Nós temos que rediscutir isso, porque tem peso: são R$ 600, R$ 700 bilhões de renúncia fiscal", finalizou.