Por Marcello Sigwalt
Para surpresa de analistas do mercado, o IBC-Br (Índice de Atividade Econômica), a 'prévia do PIB', cresceu 1,3% no primeiro trimestre do ano (1T25) - em dado dessazonalizado - ante o trimestre anterior (4T24) sob o impulso do setor agropecuário, que avançou 6,1%, no mesmo comparativo, turbinado por safras recordes.
O resultado positivo ganha relevância, devido ao aperto monetário em curso, assim como pela perspectiva de 'esfriamento' da economia, informou, nessa quarta-feira (4), o Banco Central (BC). Em contraste, a indústria, na mesma comparação trimestral, não passou de uma expansão de 1,6%, ainda assim, superior à dos serviços, que cresceu 0,7%.
Também sem efeito sazonal, o indicador de março registrou alta de 0,8%, em relação ao mês anterior, quando não passou de 0,5%. Em relação a março de 2024, março último apresentou elevação de 3,5%, e de 4,2%, no acumulado em 12 meses. Nesse mesmo mês, os índices setoriais mostraram expansão de 1,0% da agropecuária, de 2,1% da indústria e de 0,3% de serviços.
Na avaliação do economista da XP, Rodolfo Margato, "a agricultura e agropecuária avançaram no primeiro trimestre devido à colheita recorde de soja", afirmou Rodolfo Margato, economista da XP, ao acrescentar: "Estimamos alta de 1,6% no primeiro trimestre na comparação trimestral, principalmente devido ao salto... no PIB da agricultura e pecuária".
Para o economista do Ibre-FGV (Instituto Brasileiro de Economia da Fundação Getúlio Vargas), Cláudio Considera, "o indicador mostra que economia continua crescendo, a despeito do fiscal. O que me espantou no resultado foi que, após um resultado espetacular em 2024, todos esperavam que a atividade ficaria ruim este ano. Mas o resultado que o indicador mostra é muito bom", ao acrescentar que o resultado do IBC-Br pode fazer com que algumas casas revisem as estimativas para o PIB do 1T25.