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Queda dos 'Treasuries' derruba futuros

Os juros futuros fecharam a terça-feira, 27, em baixa, estimulada pelo IPCA-15 de maio perto do piso das estimativas dos analistas e pela queda dos títulos no mercado global. A taxa do contrato de Depósito Interfinanceiro (DI) para janeiro de 2026 fechou em 14,68%, de 14,72% ontem no ajuste. A do DI para janeiro de 2027 cedeu de 13,95% para 13,85% e do DI para janeiro de 2029, de 13,58% para 13,37%.

A curva local teve importante redução de inclinação, assim como a dos rendimentos dos Treasuries. As taxas longas hoje cederam no mundo todo. O mercado global de títulos foi influenciado pela possibilidade do Japão reduzir as emissões de títulos ultralongos, após a disparada das taxas em meio às preocupações fiscais no país. Nos EUA, o juro do T-Bond de 30 anos, que recentemente chegou a superar 5%, teve queda expressiva, negociado na casa de 4,92% nas mínimas à tarde.

No Brasil, os vencimentos que mais cederam foram os intermediários, cujas taxas, nas mínimas, chegaram a fechar mais de 20 pontos-base. Segundo o chefe de Estratégia Macro e Dívida Pública da Warren Investimentos, Luiz Felipe Vital, atuaram sobre este trecho a surpresa com o IPCA-15 somada à percepção de que o aumento do IOF sobre o crédito vai contribuir para o esfriamento da atividade e trazer alívio inflacionário. "Ambos colaboram para a visão do fim do ciclo de alta da Selic", afirma.

O IPCA-15 de maio, de 0,36%, veio abaixo da mediana das estimativas (0,44%) e perto do piso de 0,35%. Em 12 meses, a inflação desacelerou de 5,49% para 5,40%, mas ainda quase 1 ponto porcentual acima do teto da meta de inflação de 4,50%.