Por:

Aço importado em alta põe as siderúrgicas sob pressão

Mesmo que o governo federal resolva tomar alguma atitude para coibir os altos volumes de aço que estão chegando ao Brasil, a indústria siderúrgica nacional seguirá pressionada por vários meses, diante da internalização do material que está aguardando desembarque em portos do país.

A avaliação foi feita nesta quinta-feira (220 pelo presidente do Instituto Nacional dos Distribuidores de Aços Planos (Inda), Carlos Loureiro.

"O número hoje de material plano que tem chegado ao Brasil faz a importação o terceiro maior fornecedor do país", disse Loureiro, sobre o desempenho do setor no primeiro quadrimestre do ano.

Pelas contas do Inda, a importação de aço plano no Brasil em abril teve alta anual de 21%, para 293,26 mil toneladas, acumulando de janeiro ao final do mês passado uma expansão de 31,7%, para 1,09 milhão de toneladas.

O avanço ocorreu mesmo com o regime de cotas e tarifas criado pelo governo federal no ano passado, e que vai expirar no final deste mês se não for renovado.

Até agora o governo federal deu poucas indicações sobre seu interesse em estender o esquema que prevê 25% de tarifa para 11 produtos siderúrgicos que ultrapassarem cotas de importação estabelecidas em 2023.

Loureiro citou que "há boatos" de que o governo poderá optar por modificar o esquema para eliminar as cotas e definir os 25% de sobretaxa sobre todos os produtos siderúrgicos da China na próxima semana, mas frisou que os rumores são mais baseados na esperança do setor, que há meses cobra do governo mais medidas de defesa comercial.

Segundo ele, o principal porto importador de aço plano do Brasil, São Francisco do Sul (SC), tem um 'line-up' de navios para descarga ou que vão chegar ao terminal nos próximos meses, de cerca de 750 mil toneladas, fora as cerca de 200 mil toneladas que já estão nos depósitos.