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Cenário externo turbina juros futuros

Os juros futuros avançaram nesta quarta-feira, em movimento pautado pelo ambiente externo. A curva local replicou o desenho da curva americana, com avanço mais pronunciado nos vencimentos longos e ganho de inclinação.

Mais um acordo fechado pelo EUA, agora com o Catar, minimizou o risco de recessão da economia norte-americana, o que aumenta a probabilidade do Federal Reserve ser mais cauteloso no ciclo de corte de juros.

A taxa do contrato de Depósito Interfinanceiro (DI) para janeiro de 2026 encerrou em 14,820%, de 14,791% ontem no ajuste, e a do DI para janeiro de 2027 subiu de 14,02% para 14,15%. O DI para janeiro de 2029 fechou com taxa de 13,71%, na máxima, de 13,51% ontem. Pela manhã, o avanço das taxas era restrito aos vencimentos de longo prazo, mas no começo da tarde a ponta curta também foi contaminada, ainda que subindo em menor magnitude, num momento em que os rendimentos dos Treasuries renovavam máximas.

Os yields ganharam fôlego com o anúncio de um conjunto de acordos econômicos entre EUA e Catar, com destaque para a venda de aeronaves da Boeing à Qatar Airways, em um contrato de US$ 96 bilhões. O total de acordos deve movimentar US$ 1,2 trilhão.

Ontem, os EUA já haviam anunciado acordo com a Arábia Saudita, de US$ 600 bilhões, além do entendimento com a China, para redução temporária de tarifas comerciais.

"É todo um contexto de estímulo à atividade, elevando a demanda agregada, reduzindo o risco de recessão e deixando a inflação à espreita", conforme avaliação do analista da Ativa Investimentos Guilherme Souza.