Os preços da indústria nacional registraram variação negativa de 0,62% em março frente a fevereiro (-0,12%), segundo mês seguido de queda, logo após uma sequência de 12 resultados positivos consecutivos.
O Índice de Preços ao Produtor (IPP), assim, apresentou alta de 8,37% em 12 meses e o acumulado no ano ficou em -0,59%. Em março de 2024, a taxa mensal havia sido de 0,35%.
O Índice de Preços ao Produtor (IPP) das Indústrias Extrativas e de Transformação mede os preços de produtos "na porta de fábrica", sem impostos e fretes, e abrange as grandes categorias econômicas.
Em março de 2025, 10 das 24 atividades industriais pesquisadas apresentaram variações negativas de preço quando comparadas ao mês anterior, acompanhando a variação do índice na indústria geral.
Em fevereiro deste ano, 12 atividades haviam apresentado maiores preços médios em relação a janeiro de 2025. Os dados foram divulgados hoje (8) pelo IBGE.
"Há uma série de fatores. As variações negativas nos preços de alimentos - em particular das carnes bovinas congeladas, produto de maior peso no setor - é um fator que explica em grande parte o movimento. Vale dizer que, na comparação mês contra mês anterior, o setor de alimentos é a principal influência - sempre negativa - em todos os meses do primeiro trimestre. Metalurgia é outro que acumulou variações positivas ao longo de 2024 e, no início de 2025 passou a apresentar variações negativas. Em ambos os casos (e não só neles, pois afeta setores exportadores, como é o caso de Fumo, para dar um exemplo), a apreciação do real frente ao dólar (0,3% em março contra abril e 5,7% no primeiro trimestre) é um fator redutor de preços", explica Alexandre Brandão, gerente de análise e metodologia da coordenação de Estatísticas Conjunturais em Empresas.
Alimentos foi o setor industrial de maior destaque na composição do resultado agregado, na comparação entre os preços de março e os de fevereiro.
A atividade foi responsável por -0,34 ponto percentual (p.p.) de influência na variação de -0,62% da indústria geral.