Uma situação fiscal 'delicada', que aponta um crescimento explosivo da dívida bruta do governo geral (DBGG), que deve 'saltar' de 76,1% do PIB, em dezembro último, para 80% do PIB, em igual mês deste ano, até bater 84% do PIB, no fim de 2026.
Esse cenário sombrio é projetado pelo economista, presidente da MCM Consultores, consultor do Banco Mundial, Claudio Adilson Gonçalez, em artigo de sua coluna no Estadão, no qual constata que o governo do mandatário petista, ainda que esboçasse disposição de promover o ajuste fiscal, não o conseguiria, porque lhe faltaria 'força política' para levar a cabo a tarefa.
Ao fazer remissão ao editorial publicado pelo jornal paulista 'Orçamento Sequestrado, país sem rumo', ele observa uma 'degeneração institucional' que, se não for revertida, condenará o país à mediocridade.
A marcha da insensatez, a ser paga pelas próximas gerações de contribuintes, está patenteada pelas emendas parlamentares, cujo empenho foi 'catapultado' de R$ 13,86 bilhões, em 2019, para R$ 50,4 bilhões este ano. Sobre este último montante, é necessário adicionar outros R$ 11,2 bilhões, resultantes de um 'acordo' que permite aos parlamentares indicarem a destinação de despesas discricionárias do Executivo, para 'compensar' repasses não pagos, no ano anterior. Na prática, caberá ao Legislativo controlar, em 2025, a 'bolada' de R$ 61,6 bilhões, o equivalente a 30% das despesas discricionárias. Nessa progressão, segundo ele, levando em conta projeções do Projeto de Lei de Diretrizes Orçamentárias (PLDO), as emendas parlamentares deverão absorver, em 2028, quase 100% dos gastos discricionários. (M.S.)