Por Marcello Sigwalt
O crescente aperto monetário operado pelo Banco Central (BC) - meio monolítico de financiar o (des)ajuste fiscal com viés eleitoral da gestão petista - elevou o gasto federal com juros em R$ 71,01 bilhões, principal fator da ampliação, em R$ 16 bilhões (alta de 0,22%) da Dívida Pública Federal (DPF), na passagem de fevereiro para março deste ano (de R$ 7,492 trilhões para R$ 7,508 trilhões).
Os dados foram divulgados, na última quarta-feira (30), pelo Tesouro Nacional.
Indicador que inclui a dívida interna e externa, a Dívida Pública Mobiliária Federal interna (DPMFi) subiu 0,29% em março (R$ 7,199 trilhões), enquanto a Dívida Pública Federal externa (DPFe) recuou 1,53% (R$ 309,54 bilhões).
Apesar de a Selic estar em 14,25% ao ano, a parcela de títulos da DPF atrelados à taxa básica baixou a 46,38% em março. No mês anterior, ela estava em 47,77%.
O Plano Anual de Financiamento (PAF) de 2025, por sua vez, fixou entre 48% a 52% a participação desses títulos. A participação dos papéis prefixados cresceu de 20,54% para 21,51%. No PAF, o intervalo previsto é de 19% a 23%.
Também chamado de 'colchão da dívida', a reserva de liquidez - criada pelo Tesouro Nacional para 'honrar ompromissos com investidores que compram os títulos brasileiros - fechou março em R$ 869,24 bilhões, valor 2,20% inferior, em termos nominais, que os R$ 888,78 bilhões da reserva em fevereiro e abaixo, em termos nominais, do valor de março de 2024 (R$ 887,41 bilhões).
Tal montante funciona como um termômetro sobre a capacidade do país de pagar seus investidores ou se recorrerá ao mercado para reforçar o caixa.
O montante de março era suficiente para cobrir 6,72 meses de pagamentos de títulos, aquém dos 6,66 meses em fevereiro. A reserva prudencial do Tesouro equivale a uma reserva para três meses de vencimentos.