A busca por ativos de maior risco e uma rotação nas carteiras de gestores globais, na esteira do arrefecimento nas tensões comerciais entre Estados Unidos e China e da possibilidade de que a maior economia do mundo corte juros ainda neste ano, ajudaram o Ibovespa a ter sua 7ª alta consecutiva. Contudo, o índice novamente arrefeceu os ganhos no período da tarde por uma resistência técnica, ao se aproximar do pico histórico de 137.469 pontos.
O Ibovespa fechou em leve alta de 0,06%, aos 135.092,99 pontos, com giro financeiro de R$ 22,9 bilhões, distante da máxima intradia de 136.149,74 pontos ( 0,84%), quando estava no maior nível em 7 meses.
O analista da Melver, Inácio Alves, considera que o índice reduziu os ganhos em relação à manhã porque, naturalmente, passou por um nível de resistência ao se aproximar do pico histórico.
Ainda assim, Alves destaca que há uma rotação nas carteiras de gestores globais, com saída de fluxo de mercados mais robustos - principalmente dos EUA - para mercados emergentes, como o Brasil, principalmente por conta da volatilidade causada por discursos do presidente Donald Trump e por dados fracos da economia americana.
O índice de confiança do consumidor nos Estados Unidos caiu a 86 em abril (ante 92,9 em março), ficando abaixo da previsão de queda a 88. Já o relatório Jolts apontou que a abertura de postos de trabalho no país cedeu para 7,192 milhões em março, também abaixo da previsão de 7,48 milhões de vagas no período.
Este apetite já é visto desde o dia 17 de abril entre os investidores estrangeiros. Segundo dados da B3, houve ingresso de R$ 7,6 bilhões na Bolsa em cinco pregões, até o dia 25 de abril. Para o estrategista-chefe da Monte Bravo, Alexandre Mathias, "a confusão" de Trump em relação à política tarifária acabou introduzindo uma mudança de fluxo global.
Entre as novidades, destaque para Pequim suspendendo a tarifa de 125% sobre as importações de etano dos EUA, segundo a Dow Jones. Trump assinou ordem executiva de tarifas sobre o setor automotivo, que evita efeito cumulativo de tarifas sobrepostas a automóveis e peças.