Por Marcello Sigwalt
A queda compassada da projeção de inflação, tal qual uma 'dança de cadeiras' - previamente acertada entre o mercado financeiro e o Banco Central (BC), via boletim Focus dessa segunda-feira (28) - ficou patente pela redução 'pífia' de 5,57% para 5,55%, da estimativa do IPCA (Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo) para este ano. Há um mês, esta era de 5,65%. Para 2026, ano de eleição presidencial, porém, a 'aposta' da banca é de que a inflação suba dos 4,50% precedentes para 4,51%. Em ambos os casos, a carestia anual supera o teto da meta de inflação, de 4,5%, fixado pelo CMN (Conselho Monetário Nacional).
Enquanto que para 2027, a taxa se manteve em 4%, para 2028, ela caiu de 3,80% para 3,78%. A segunda queda seguida do indicador oficial de inflação, portanto, reflete, não só o acentuado aperto monetário imposto pelo BC, mas também uma nova alta iminente (que seria de menor magnitude), na próxima reunião do Copom (Comitê de Política Monetária), no início de maio próximo. A pisada monetarista no freio da economia pode ser atestada pela 'paralisia' do PIB previsto para este ano, imexível nos mesmos 2% anteriores. Igualmente 'estático' ficou o prognóstico para o ano que vem, em 1,7%.
O mercado manteve monoliticamente em 15% ao ano a previsão para a Selic (taxa básica de juros) para este ano, mesmo que exista a possibilidade de este patamar ser superado, uma vez que os juros básicos já estão em 14,25% ao ano e muito próximos dessa expectativa anual. Para 2026, a projeção continuou em 12,50% ao ano, e em 10,50% ao ano, para 2027.
Também estável em US$ 75 bilhões ficou a expectativa dos bancos com relação ao superávit comercial deste ano, de US$ 79,3 bilhões para US$ 79,4 bilhões.
Já no que se refere ao investimento estrangeiro, este continuou em US$ 70 bilhões para este ano e para o próximo.