Por Marcello Sigwalt
Efeito direto do processo de desaceleração experimentado pelo setor, sobretudo na reta final do ano passado, o Brasil 'despencou' seis posições no ranking global da produção industrial no quarto trimestre de 2024, ao passar da 20ª para a 26ª colocação, entre as 82 economias mundiais avaliadas em estudo da Organização das Nações Unidas para o Desenvolvimento Industrial (Unido), divulgou o Instituto de Estudos para o Desenvolvimento Industrial (Iedi).
A deterioração da posição brasileira no cenário externo, porém, sucede um período em que a produção industrial tupiniquim foi bem superior à mundial, de 3,2% para 2,3%, respectivamente, observa o Iedi. No entanto, no último trimestre do ano (4T24), a produção manufatureira nacional registrou recuo de 0,1% ante o trimestre anterior (3T24), já excluídos os efeitos sazonais, e que contrasta com o notável avanço de 1,4% do terceiro trimestre para o segundo (2T24). Neste último comparativo, a média global cresceu apenas de 0,6% para 1%.
Concorrem para esse resultado adverso, fatores internos, como o aumento das taxas de juros e incertezas em torno do equilíbrio fiscal, os quais servem para comprometer a confiança das empresas e restringir os investimentos. Em contraponto, o dinamismo apresentado pela indústria chinesa na ocasião alavancou o comportamento mundial.
No comparativo do 4T24 com o 3T24, o gigante asiático cresceu 1,9%, que chegou a 6,6%, no comparativo anual, devido ao estímulo à indústria mandarim e às exportações por Pequim.
Consolo ou não, em que pese a queda no fim de 2024, Pindorama exibiu posição superior à de igual período de 2023 (4T23), quando ocupava a 38ª colocação no ranking global. No acumulado de 2024, a indústria brasileira ficou em 25º lugar, patamar bem superior ao 45ª registrado em 2023.