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Focus mantém IPCA para 2025 em 5,65% pela 3ª vez

Por Marcello Sigwalt

Tomates, ovos (de Páscoa, nem se fala) e café à parte (mesmo), o mercado financeiro - por meio do boletim semanal Focus, consulta do Banco Central (BC) às 100 maiores instituições financeiras nacionais, divulgado nessa segunda-feira (14) - parece desconhecer a escalada inflacionária tupiniquim, por sancionar a terceira 'paralisia' seguida da projeção do IPCA para 2025, que permaneceu nos mesmo 5,65% de três semanas atrás, e manter, monoliticamente, em 4,5% e 4%, para 2026 e 2027, respectivamente.

Monolítica e inconfiável, igualmente, ficaram as previsões do PIB, cujo avanço se assemelha mais a um 'passo de cágado', ou seja, cresce, mas não convence, pois cresceu de 1,97% para 1,98%, e de 1,60% para 1,61%, com referência a este ano e o próximo, respectivamente. Para 2027 e 2028, a 'imexibilidade' continuou em alta, em 2,00% em 2027. Para 2028, a projeção continuou em 2%, há 57 semanas.

Como falta apenas 0,75 ponto percentual para chegar à projeção de 15% ao ano para 2025, o mercado 'puxou no freio' da estimativa, como a sinalizar para o BC que a dominância fiscal (quando a elevação dos juros se torna inócua para conter a inflação) já deu seu 'recado': é preciso buscar uma alternativa para domar o 'dragão' inflacionário.

Tal patamar, então, foi mantido, pela 14ª semana consecutiva. A taxa cai para 12,50% em 2026.

O Focus manteve, pela 16ª seguida, em 0,60% do PIB o déficit primário para 2025, e em 0,70% do PIB para 2026, pela segunda semana seguida. Há um mês, este era de 0,65% do PIB.

Repercutindo a desconfiança crescente na confiabilidade do Focus, o Conselho Regional de Economia da 2ª Região - SP (Corecon-SP) além de considerar 'equivocadas' as interpretações da banca, entende que há conflito de interesses, pois é uma constatação 'óbvia' que os bancos preferem que os juros continuem subindo.