Por Marcello Sigwalt
Após descrever um crescimento de 3,5% no ano passado, o avanço da economia brasileira em 2025 não deve passar de 2%, patamar que deve refletir a desaceleração da atividade, a partir do segundo semestre (2S25).
Essa é a previsão, pouco animadora, de analistas a respeito do comportamento econômico no curto prazo.
Segundo relatório do banco Santander, que prevê um avanço de 1,8% do PIB este ano (pouco abaixo dos 2,01% estimados pelo mercado financeiro no boletim Focus do Banco Central), "embora alguns sinais mais claros de desaceleração tenham surgido no quarto trimestre de 2024, ainda vemos fatores de resiliência no curto prazo que devem levar a uma aceleração no resultado do primeiro trimestre".
Mais adiante, o documento da instituição financeira acentua: "Primeiro, a contribuição positiva das safras de grãos de verão deverá impulsionar a produção agrícola no período, seguindo a projeção de mais um ano de produção recorde de soja e milho. (...) Além disso, o mercado de trabalho ainda resiliente deverá continuar a influenciar positivamente o consumo das famílias, juntamente com um calendário favorável para transferências governamentais no primeiro semestre de 2025".
Entre os motivos para a perda de tração da economia tupiniquim, especialistas apontam: aumento da taxa básica de juros (a Selic mais alta encarece o investimento e o crédito), sem contar o menor impulso fiscal, uma vez que os gastos do governo estimulam a economia.
Também contribuem para conter a dinâmica produtiva brasileira, números recentes de 2024, divulgados pelo IBGE (Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística), que apontou queda no setor de serviços (-0,5%), comércio (-0,1%) e indústria (0,3%), em dezembro, ante o mês anterior. Em contrapartida, houve avanço de 4,7%, 3,1% e 3,1% respectivamente.