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IPCA 'despenca' de 0,52% para 0,16%, de dezembro a janeiro

Por Marcello Sigwalt

Menor taxa, desde janeiro de 1994 (ano de implantação do Plano Real, de estabilização da economia), há exatos 30 anos, o IPCA (Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo) 'despencou' de 0,52%, registrado em dezembro último, para 0,16%, em janeiro. Como resultante, o indicador oficial de inflação agora acumula variação de 4,56% em 12 meses, divulgou, nessa terça-feira (11), o IBGE (Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística).

Entre os itens que mais contribuíram para a baixa significativa do índice, coube destaque ao recuo de 14,21% da energia elétrica residencial, que exerceram um peso 'deflacionário' de -0,55 ponto percentual (p.p.) sobre o resultado geral. Na avaliação do gerente do IPCA, Fernando Gonçalves, "essa queda [da energia elétrica] decorre da incorporação do Bônus de Itaipu, creditado nas faturas emitidas em janeiro". Além disso, a energia elétrica integra o grupo Habitação, que 'encolheu' 3,08% em janeiro, com impacto redutor de 0,46 p.p. no índice.

Em segundo plano, mas não menos importante, houve avanço de 1,30% dos preços do grupo Transportes, com impacto de 0,27 p.p. sobre o IPCA de janeiro, por influência das altas em passagens aéreas (10,42%) e ônibus urbano (3,84%).

Em seu 5º aumento seguido, o grupo Alimentação e bebidas cresceu 0,96% no primeiro mês deste ano, o que contribuiu com 0,21 p.p. para o índice do mês. Tal resultado foi puxado por itens, como: alimentação no domicílio ( 1,07%), influenciado pelas altas da cenoura (36,14%), do tomate (20,27%), e do café moído (8,56%). Pelo lado do recuo, figuram: a batata-inglesa (-9,12%) e o leite longa vida (-1,53%).

A alimentação fora do domicílio 'freou' de 1,19% em dezembro para 0,67% em janeiro. Tanto o lanche (0,94%) quanto a refeição (0,58%) tiveram variações inferiores às do mês anterior (0,96% e 1,42%, respectivamente).