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Dieese: custo da cesta básica já consome 40% do mínimo

Itens básicos à sobrevivência do brasileiro se aproximam da metade do mínimo | Foto: Tânia Rêgo - Agência Brasil

Por Marcello Sigwalt

Como reflexo direto da inflação crescente no preço dos alimentos, a cesta básica ficou mais cara em 13 das 17 capitais pesquisadas em estudo divulgado pelo Departamento Intersindical de Estatística e Estudos Socioeconômicos (Dieese), ao informar que o indicador passou a corresponder a 40% do valor do salário mínimo, hoje de R$ 1.518.

Em contraste, em janeiro, segundo o Dieese, o patamar do mínimo, necessário à manutenção de uma família de quatro pessoas, já deveria valer R$ 7.156,15. Para o departamento, a renda média do trabalhador brasileiro, em outubro do ano passado, foi de R$ 3.279,00, dado mais atual disponível.

De acordo com a pesquisa, a maior alta foi observada em Salvador (6,22%), seguida por Belém (4,80%) e Fortaleza (3,96%). Em contrapartida, houve queda no valor global dos itens nas capitais: Porto Alegre (-1,67%), Vitória (-1,62%), Campo Grande (-0,79%) e Florianópolis (-0,09%).

A mais cara foi encontrada em São Paulo - estado mais rico da federação - onde os alimentos que a compõem não saem por menos de R$ 851,82, o equivalente a 60% do mínimo. Tal comparação, segundo a entidade "é possível, com base na cesta mais cara, que, em janeiro, foi a de São Paulo, e levando em consideração a determinação constitucional que estabelece que o salário mínimo deve ser suficiente para suprir as despesas de um trabalhador e da família dele com alimentação, moradia, saúde, educação, vestuário, higiene, transporte, lazer e previdência".

Sem contar a metrópole paulista, a cesta também está 'salgada' em Florianópolis (R$ 808,75); no Rio de Janeiro (R$ 802,88) e em Porto Alegre (R$ 770,63).

Completam a 'fila da carestia', Curitiba (R$ 743,69), Vitória (R$ 735,31) e Belo Horizonte (R$ 717,51), por sua vez, 'superadas' por Campo Grande (R$ 764,24), Goiânia (R$ 756,92) e Brasília (R$ 756,03).