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Entrada de capital estrangeiro atinge R$ 6,82 bi em janeiro

Por Marcello Sigwalt

Melhor resultado desde agosto de 2024 (quando atingiu R$ 10,01 bilhões), o fluxo de capital de investidores estrangeiros na B3 (B3SA3), a bolsa brasileira, apresentou saldo positivo de R$ 6,82 bilhões em janeiro último, conforme informações divulgadas, nessa quarta-feira (5), pelo CEO e sócio-fundador da Elos Ayta Consultoria, Einar Rivero.

Em que pese o dado seja positivo, o que chama atenção no estudo é o fato de o volume de compras no mês passado somar R$ 289,21 bilhões - o menor, desde outubro de 2024 - ao passo que as vendas totalizaram R$ 282,38 bilhões, o que indica um volume negociado mais restrito. Outro 'sintoma' da ação direcionada do investidor 'gringo', observa Rivero, decorre da constatação de que não houve registro de entrada de recursos estrangeiros para IPOs (ofertas públicas iniciais) e follow ons (ofertas subsequentes de ações).

Desde janeiro de 2024 até janeiro de 2025, em apenas cinco meses houve saldo positivo, se considerados os aportes. "Se desconsiderarmos IPOs e follow ons, foram só quatro meses de entrada líquida de recursos", destaca o CEO da Elos Ayta.

A conclusão do executivo é de que, mesmo fechando no 'azul', a menor movimentação total do mercado atesta que o 'apetite por risco' é marcado pela 'cautela', de modo que a performance moderada de entrada do capital externo no país refletiria o diferencial atrativo de juros entre Estados Unidos e Brasil, que ainda favorece o primeiro.

Contribui para tal percepção a decisão do Federal Reserve (Fed) - o bc dos EUA - de manter inalteradas entre 4,25% e 4,5% ao ano as taxas de juros ianques.

Enquanto isso, no Brasil, o Comitê de Política Monetária (Copom) ratificou a decisão já anunciada, de elevar, em um ponto percentual, a Selic (taxa básica de juros), que então passou para o patamar de 13,25% ao ano.