Por Marcello Sigwalt
Na 16ª alta seguida do indicador, o boletim Focus - consulta semanal do Banco Central (BC) às 100 maiores instituições financeiras nacionais - elevou de 5,50% para 5,51% sua projeção para o IPCA (Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo) de 2025, nessa segunda-feira (3).
Caso essa previsão se confirme, haveria o quarto estouro consecutivo da meta de inflação (centro de 3% e teto de 4,5%), conforme fixado pelo CMN (Conselho Monetário Nacional). Para o ano que vem - cujo segundo trimestre é considerado como o 'horizonte relevante' para a autoridade monetária - a 'banca' também aumentou a expectativa do indicador, de 4,22% para 4,28%. Para 2027 e 2028, a 'aposta' foi de estabilidade, em 1,96% e 2%, respectivamente.
O maior contraste, porém, é a 'paralisia' do PIB (Produto Interno Bruto), que 'estacionou' nos mesmos 2,06% de uma semana antes, o mesmo valendo para 2026 e 2027, 'parados' em 1,72% e 1,96%, respectivamente, enquanto que para 2028, este continuou em 2%.
Estabilidade é a 'palavra de ordem' para a Selic, mantida em 15% ao ano para 2025, apesar da expectativa, de que a taxa básica de juros alcance, já em meados de março, o patamar de 14,25% ao ano, conforme 'prometido' pelo BC, ainda no ano passado.
Mesma sistemática 'estática' predominou para 2026, que se manteve em 12,50% ao ano e para 2027, em 10,38% ao ano.
Também 'imexível' ficou a estimativa do mercado para o déficit primário deste ano, em 0,60% do PIB pela sexta semana consecutiva, o mesmo percentual para 2026.
Houve leve alta da expectativa de superávit comercial em 2025, de US$ 75 bilhões para US$ 75,7 bilhões de superávit, e ficou estável em US$ 77 bilhões para 2026.
O investimento estrangeiro para este ano se manteve em US$ 70 bilhões, e em US$ 75 bilhões para 2026.