Embora tenha ensaiado leva alta, a 126.473,23 pontos, o Ibovespa não conseguiu se descolar, do meio para o fim da tarde, da percepção de risco global em torno da confirmação de que os Estados Unidos utilizarão da arma tarifária para pressionar parceiros como Canadá e México a se curvar a demandas americanas, como o controle da entrada de fentanil e de fluxos migratórios ao vizinho.
A possibilidade de a estratégia se estender à União Europeia e o súbito fechamento proposto para a agência de auxílio internacional dos EUA com décadas de existência, a Usaid, em estratégia de cortes de gastos recomendada por Elon Musk, marcam aceleração da retórica e de opções unilaterais que reverberam pelo mundo.
Assim, o dia foi de aversão a risco, pressionando abaixo os índices de ações em Nova York e nas principais praças da Europa.
No começo da tarde, uma melhora transitória chegou a ser notada na B3, no momento em que Estados Unidos e México confirmaram trégua de um mês na imposição de tarifas mútuas.
Na semana passada, o governo Trump tinha anunciado a imposição de 25% em tarifas sobre as importações de México e Canadá, e de 10% sobre a China - os três principais parceiros comerciais dos Estados Unidos. Assim, o cenário prospectivo é de guerra comercial.
No fechamento, mostrava perda de 0,13%, aos 125.970,46 pontos, com giro a R$ 19,5 bilhões neste início de semana e de mês.
"A sessão foi muito volátil também para ativos como o câmbio e a curva de juros", admitiu Rodrigo Alvarenga, sócio da One Investimentos.