O presidente da Associação Brasileira de Máquinas e Equipamentos (Abimaq), José Velloso, afirmou na última quarta-feira, 29, que o País está caminhando para a reprimarização da pauta de exportação. Velloso reconhece a robustez da balança comercial brasileira de 2024, que encerrou o ano com superávit de US$ 74,6 bilhões, o segundo maior valor da série histórica, mas chama atenção para o comportamento das exportações da indústria de transformação.
"Há 10 anos, 64% das exportações eram da indústria de transformação. Hoje, é 52%", afirma. "Percebemos que há muita exportação de itens com baixíssima transformação, como açúcar, óleos combustíveis e carne bovina. Estamos caminhando para uma reprimarização", alertou.
Velloso também chamou atenção para o crescimento de 25,6% das importações de bens de capital em 2024, um resultado positivo. "Na teoria, isso se traduziria em aumento de produtividade no País. No entanto, o investimento no Brasil não cresceu e o consumo aparente de máquinas caiu."
O presidente da Associação ainda afirmou que o País não está investindo na indústria como deveria. "O investimento em máquinas é 35% menor do que o que tínhamos há 10 anos", recordou.
O presidente da Abimaq disse que a guerra comercial entre Estados Unidos e China já está trazendo consequências para o Brasil. Ele lembrou que o governo americano anterior, sob o comando de Joe Biden, já trabalhava com medidas tarifárias, e a perspectiva é de continuidade do protecionismo na liderança de Donald Trump, principalmente sobre os produtos chineses.