Os juros futuros recuaram até 51 pontos, na mínima, e as taxas voltaram ao nível de 14% por toda a curva, em movimento respaldado por fatores domésticos. Pela tarde os números do Governo Central, melhores do que o esperado, complementaram o combo que já fazia preço desde cedo: Copom considerado mais dovish; apoio do presidente Lula ao chefe da autoridade monetária, Gabriel Galípolo; dados do Caged mostrando um mercado de trabalho mais fraco; e o leilão de LTN e NTN-F do Tesouro com lotes e riscos menores.
A taxa de depósito interfinanceiro (DI) para janeiro de 2026 caiu para 14,855%, de 15,214% no ajuste anterior. O DI para janeiro de 2027 tombou para 14,980%, de 15,392%, e o para janeiro de 2029 recuou para 14,865%, de 15,148% no ajuste de ontem.
"Parte do mercado se surpreendeu com o Banco Central um pouco mais dovish, olhando mais para o lado da atividade econômica do que para a inflação. Assim, mercado entende que o BC não vai chegar a uma Selic tão elevada, sob risco de gerar overkill da economia", comenta o gestor de renda fixa da Inter Asset, Ian Lima.
O Caged mostrou que o mercado formal de trabalho do Brasil teve fechamento líquido de 535.547 empregos em dezembro, pior que o piso da pesquisa Projeções Broadcast, de encerramento de 487.116 vagas formais.
Para Lima, os dados do Caged "validaram a narrativa do comunicado do BC". Ontem a autarquia acrescentou no balanço de riscos a possibilidade de uma "eventual desaceleração da atividade econômica doméstica mais acentuada do que a projetada" como riscos para baixo à inflação.