Por Marcello Sigwalt
Atestado de que a deterioração das contas externas foi alçada à categoria de 'rombo', o déficit nas transações externas tupiniquins (que medem a entrada e a saída de dólares do país), atingiu US$ 56 bilhões, ou 2,55% do Produto Interno Bruto (PIB) em 2024, o maior resultado negativo desse indicador, desde 2019 (déficit de 3,47% do PIB ou R$ 65 bilhões), apontam dados divulgados, na última sexta-feira (24) pelo Banco Central (BC). Tal agravamento pode ser medido pelo fato de que, no ano anterior, este não passou de US$ 24,5 bilhões ou 1,12% do PIB, ou seja, déficit dobrou em um ano.
Entre os fatores da derrocada de R$ 31,4 bilhões das transações correntes, o BC destaca: redução de US$ 26,1 bilhões no superávit da balança comercial; crescimento de US$ 9,8 bilhões no déficit de serviços - parcialmente compensado pela redução de US$ 4,1 bilhões, no déficit de renda primária e pelo aumento de US$ 367 milhões no superávit de renda secundária.
Em compensação, a entrada de investimentos diretos no país (IDP) superou o déficit em conta corrente, o que serviu para financiar o saldo negativo das transações. Em 2024, o IDP totalizou US$ 71,1 bilhões ou 3,24% do PIB. Com esse resultado, houve um aumento de 13,8% ante 2023, quando havia somado US$ 62,4 bilhões (2,85% do PIB).
A balança comercial de bens foi superavitária em US$ 4,3 bilhões em dezembro de 2024, ante saldo positivo de US$ 8,6 bilhões em dezembro de 2023. As exportações de bens somaram US$ 25,1 bilhões, redução de 13,2% na comparação anual, enquanto as importações de bens aumentaram 2,3%, na mesma base de comparação, totalizando US$ 20,8 bilhões.
Em 2024, a balança comercial registrou superávit de US$ 66,2 bilhões, redução de 28,2% em relação a 2023. As exportações de bens somaram US$ 339,8 bilhões, redução de 1,2%, e as importações somaram US$ 273,6 bilhões, aumento de 8,8%.
O déficit na conta de serviços totalizou US$ 4,6 bilhões em dezembro de 2024, 27,3% superior ao déficit de US$ 3,6 bilhões de dezembro de 2023.
