O Ibovespa lutou em certos momentos para oscilar levemente para cima e retomar o nível de 123 mil pontos no fechamento desta quinta-feira (23), com poucos catalisadores para orientar os negócios. Evento mais aguardado do dia, a fala do presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, ao Fórum de Davos apenas reiterou pontos já conhecidos da agenda do republicano, sem maior detalhamento de iniciativas tarifárias. De qualquer forma, a ausência de novidades contribuiu para alívio adicional no câmbio, dando prosseguimento à recente correção de excessos ante as moedas de referência como também as de emergentes, entre as quais o real.
O alívio, contudo, não deu fôlego ao Ibovespa, que encerrou em baixa de 0,40%, aos 122.483,32 pontos. Na máxima, o índice se reaproximou dos 124 mil pontos, marca não vista no intradia desde 18 de dezembro. Na mínima, renovada durante e após a fala de Trump, foi aos 122.159,03, distanciando-se do nível de abertura, aos 122.964,79 pontos. O giro se manteve em nível semelhante ao de ontem, a R$ 19,0 bilhões nesta quinta-feira. Na semana, o Ibovespa limita o avanço a 0,11% e, no mês, tem ganho de 1,83%.
"O dólar caiu frente ao real, mas o dia não foi bom para outros ativos brasileiros, como os da Bolsa e a curva de juros, que subiu. Havia muita gordura a ser queimada no câmbio, e o dólar já caía antes da fala de Trump em Davos. Ele continua no terreno retórico, em linhas ainda abrangentes, mencionando corte de impostos e também China, entre outros pontos", diz Matheus Spiess, analista da Empiricus Research. "O modo ainda é o de voo de galinha" para a Bolsa, acrescentou ele.