Vindo de três altas consecutivas, o Ibovespa permaneceu em margem de variação restrita neste meio de semana, de 940 pontos entre a mínima (122.925,68) e a máxima (123.865,07) da sessão.
Após indecisão entre leves ganhos e perdas, mantendo a estabilidade, o índice tentou se firmar em alta na etapa vespertina, mas acentuou um pouco as perdas em direção ao fechamento, cedendo 0,30%, aos 122.971,77 pontos.
Após duas sessões de giro bem fraco, o volume financeiro subiu para R$ 19,2 bilhões. Na semana, o Ibovespa avança 0,51%.
No acumulado do ano, o fluxo de capital externo está positivo em R$ 3,725 bilhões na B3, conforme dados atualizados até o dia 20. Esta recuperação de fluxo contribui para a relativa melhora do Ibovespa, com ganho de 2,24% em janeiro, e perda anual de 4,79%.
Com efeito também para a cotação do real frente à moeda americana, o fluxo positivo de investimentos estrangeiros para a B3 começou a se intensificar entre os dias 13 e 15 de janeiro, diz Anilson Moretti, head de câmbio da HCI Invest. "Essa movimentação positiva, aliada à atuação do Banco Central com leilões diretos, tem ajudado a conter pressões sobre o valor do dólar", acrescenta. Nesta quarta-feira, o dólar fechou em queda de 1,40%, abaixo de R$ 6, a R$ 5,9465.
"Todo mundo tinha expectativa sobre o que o novo governo dos Estados Unidos poderia fazer, se também afetaria o Brasil com algum tipo de tarifa, de forma direta. Como isso não aconteceu até o momento, há uma realização forte no câmbio, principalmente depois que o dólar perdeu a linha psicológica de R$ 6", diz Alison Correia, analista e sócio-fundador da Dom Investimentos.
A recente correção no câmbio deriva também de alguma acomodação no exterior, com efeito para moedas de emergentes, em meio a um começo de governo Trump, até aqui, sem medidas protecionistas da envergadura prometida na campanha eleitoral e na transição para a nova administração republicana. "Trump tem sinalizado que vai tarifar a China em 10%, e talvez isso comece em fevereiro, com reflexo no preços das commodities por lá", acrescenta Correia.