Movimento que surpreendeu, até mesmo, os analistas mais experientes, na última quinta-feira (16), houve um ingresso de R$ 6,5 bilhões o mercado secundário da B3 (B3SA3) - referente a ações já listadas) por não residentes, o que correspondeu ao maior valor diário, desde 2012. O fluxo imprevisto contrasta com a debandada geral do investidor estrangeiro em relação ao mercado tupiniquim, que se acentuou desde o ano passado, por conta das incertezas com a política fiscal, reforçado pelo desempenho acima da média do mercado acionário dos EUA. Com esse aporte, foi garantido um superávit de R$ 700 milhões, nessa categoria neste ano.
Um 'ponto fora da curva', considera o gestor de renda variável Alexandre Sant'anna, da ARX Investimentos. Na quinta-feira, a Cosan anunciou a venda de 173 milhões de ações da Vale, o equivalente a 4,05% do total, zerando a posição na mineradora, e os papéis passaram por forte volatilidade. Como efeito, o volume financeiro negociado dos papéis da Vale atingiu R$ 11,5 bilhões, ou a 46,8% do giro do Ibovespa no dia (R$ 24,7 bilhões), ao passo que a B3 movimentou R$ 30,3 bilhões.
Na avaliação do gestor da ARX, "como o estrangeiro precisa de volume, aproveitou para montar posição com uma compra, em vez de fazer durante vários pregões. Ele pode fazer uma alocação relevante pagando o preço que quer", explica Sant'anna. "Foi um movimento atípico, já que o estrangeiro não está interessado pelo Brasil. Com o 'excepcionalismo' americano, ele não precisa se preocupar com outras geografias".
Outro fator de reforço foi o investimento de R$ 465,8 milhões em ações listadas.
