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IPCA projetado pelo boletim Focus para 2025 atinge 5%

Por Marcello Sigwalt

Prova inconteste de que o 'duríssimo' aperto monetário aplicado pelo Banco Central (BC) está se tornando ineficaz para o controle inflacionário, o boletim Focus - consulta semanal da autarquia às 100 maiores instituições financeiras nacionais - projetou avanço pífio, mas notável, de 4,99% para 5% do IPCA (índice oficial de inflação) para 2025, o mesmo valendo para o ano seguinte, que passou de 4,03% para 4,05%; o índice foi mantido, por enquanto, em 3,90% para 2027, e de 3,50% a 3,56%, para 2028.

O viés altista do IPCA ganha maior relevância, levando em conta que a taxa básica de juros (Selic) - cuja previsão deste boletim foi mantida em 15% para este ano - hoje em 12,25% ao ano, mas que deverá ser alçada a 14,25% ao ano, nos próximos dois meses. Enquanto que para 2026, a Selic 'estacionou' em 12% ao ano, para 2027, esta cresceu de 10% para 10,25%, continuando em 10% ao ano, como há três semanas, para 2028.

O contraste perfeito mais significativo do Focus, porém, fica por conta do PIB (Produto Interno Bruto) 'empacado' em 2,02%, após subir 0,01 ponto percentual (p.p.), há duas semanas.

O mesmo padrão pode ser observado nos demais anos (2026,2027 e 2028), mantidos em 1,8%, 2% e 2%, respectivamente.

Em que pese o desajuste fiscal, a 'banca' continua mantendo estável a projeção de déficit do resultado primário deste ano, em 0,60% do PIB, a exemplo de 2026 (-0,50% do PIB); para 2027 (-0,30% do PIB) e 2028 (-0,06% do PIB).

A projeção da dívida líquida do setor público deste ano caiu para 66,95% do PIB; subiu de 70,80% para 71,19% do PIB para 2026, ficando estável em 74,10% do PIB para 2027.

Enquanto a previsão para a balança comercial de 2025 caiu de US$ 74,20 bilhões para US$ 73,95 bilhões, o investimento estrangeiro direto (IDP) projetado para este ano continuou em US$ 70 bilhões.