O mês de junho é marcado pela campanha Junho Verde, uma importante iniciativa voltada à conscientização sobre o câncer renal, uma doença silenciosa que, na maioria das vezes, não apresenta sintomas em seus estágios iniciais, mas que pode se tornar grave se não for identificada e tratada precocemente.
O câncer de rim, apresenta o carcinoma renal de células claras como o tipo mais comum de tumor que acomete os rins — órgãos essenciais na filtragem do sangue e na produção de urina. Segundo estimativas do Instituto Nacional de Câncer (INCA), o Brasil deverá registrar, em 2025, cerca de 12 mil novos casos da doença, com maior incidência entre homens com mais de 50 anos.
De acordo com o oncologista clínico Márcio Almeida, um dos grandes desafios do câncer renal é a ausência de sintomas nas fases iniciais.
“Quando aparecem, os sinais podem incluir sangue na urina, dor lombar persistente, fadiga, perda de peso inexplicada e massa abdominal palpável. Em muitos casos, o diagnóstico ocorre de forma incidental, durante exames de imagem solicitados por outros motivos”, explica.
Avanços no tratamento
O especialista destaca que, no Congresso da American Society of Clinical Oncology (ASCO) — o maior congresso de oncologia do mundo, realizado em junho de 2025 em Chicago, nos Estados Unidos — foram apresentados resultados que consolidam os benefícios no aumento de sobrevida no uso combinado de imunoterápicos com agentes antiangiogênicos, que impedem a formação de vasos sanguíneos que alimentam o tumor. Além de novos agentes e terapias celulares que oferecem esperança para futuras abordagens.
“Esses tratamentos mostraram um aumento significativo na sobrevida dos pacientes e no controle da doença, especialmente em casos avançados. Outro destaque foi o uso de inteligência artificial na análise de exames de imagem e dados genéticos, permitindo um tratamento mais personalizado e preciso”, acrescenta.
Principais fatores de risco:
• Tabagismo
• Obesidade
• Hipertensão arterial
• Histórico familiar da doença
• Exposição prolongada a substâncias tóxicas
Diagnóstico e tratamento
O diagnóstico do câncer renal é feito por meio de exames de imagem, como ultrassonografia, tomografia ou ressonância magnética, seguidos de exames laboratoriais. A confirmação do tumor é realizada por biópsia.
O tratamento varia de acordo com o estágio da doença. Tumores localizados podem ser tratados com cirurgia — nefrectomia parcial ou total. Já nos casos mais avançados ou metastáticos, terapias-alvo e imunoterapias vêm ganhando espaço, com destaque para abordagens que estimulam o sistema imunológico a atacar as células cancerígenas.
“A campanha Junho Verde tem como principal objetivo informar a população sobre a importância do diagnóstico precoce, que pode aumentar significativamente as chances de cura. Ao identificar sinais de alerta e realizar exames regulares — especialmente entre pessoas com fatores de risco — é possível detectar o câncer renal ainda em fase inicial, quando o tratamento é mais eficaz”, finaliza Márcio Almeida.