A Cia. Infiltrados Teatro de Ocupação chega ao décimo ano com a estreia de um novo espetáculo imersivo, “Tropicália”, que entra em cartaz nesta quinta (12 de junho), com sessões diárias até dia 15 (domingo), no Ateliê Eco Arte, em Brasília, com início sempre às 20h. O grupo está em atividade constante desde 2015 com temporadas mensais da peça “Vinicius”, e para o marco dos 10 anos amplia o repertório com a montagem que aborda outro trecho da história da cultura brasileira. A entrada é gratuita mediante doação de 1 litro de leite. Os ingressos estão disponíveis na plataforma Sympla. A sessão do dia 12 (quinta) terá interpretação em Libras, e a sessão do dia 13 (sexta), além de Libras, contará com audiodescrição.
“Tropicália” aproxima o espectador do contexto artístico, social e político que reuniu artistas de diversas áreas em torno de uma visão mais genuína e questionadora sobre o Brasil naquele momento, que resultou na corrente tropicalista. No elenco, além do diretor Abaetê Queiroz, estão Amanda Coelho, André Araújo, Bárbara Gontijo, Luciana Lobato, Juliana Drummond, Marcellus Inácio, Wander Britto e Diogo Cerrado, que assina a direção musical. O projeto é realizado com recursos do Fundo de Apoio à Cultura (FAC) da Secretaria de Cultura e Economia Criativa (Secec) do Distrito Federal.
A Tropicália durou pouco, entre 1968 e 1969, mas ajudou a transformar profundamente a música, o cinema, o teatro, a literatura e as artes plásticas no Brasil. O símbolo mais forte desse período é o disco coletivo Tropicália ou Panis Et Circensis, de 1968. Os desdobramentos do tropicalismo vão até a prisão e o exílio de Caetano Veloso e Gilberto Gil, no ano seguinte, quando o movimento tem uma brusca interrupção em meio ao agravamento da ditadura instalada em 1964 pelos militares.
O diretor, Abaetê Queiroz, explica que o espetáculo é a forma que o grupo encontrou para contar a história de um período fundamental da arte brasileira. “A nossa proposta é transportar as pessoas para a atmosfera daquele momento, e assim contar como tantas mentes inventivas se reuniram, quais eram os seus incômodos e como criaram juntas uma visão crítica e estética sobre o Brasil por meio das músicas, da poesia, do discurso, dos filmes e das peças de teatro. Tudo isso é o que faz do tropicalismo o movimento de contracultura que reverbera até hoje nas produções culturais de tantas áreas”, afirma.
Uma década
Fundada em 2015, a Cia. Infiltrados está em cartaz todos os meses com “Vinicius”, espetáculo sobre a vida de Vinicius de Moraes. “Falar de Vinicius e da Bossa Nova nos permite abordar um trecho muito rico da cultura e da política do país. Ao longo do tempo fomos percebendo a vontade de avançar na linha do tempo. Naturalmente chegamos na Tropicália pela força do movimento e dos ecos que ele provoca ainda hoje. No processo de desenvolvimento entendemos que a estreia deveria ser no aniversário de dez anos para comemorarmos junto com o público que nos acompanha”, comenta Queiroz.
Ele reforça que a proposta imersiva se mantém, assim como a realização em espaços não convencionais. “Levar o teatro para espaços além do palco tradicional nos permite ampliar o diálogo tão importante para a arte que fazemos, e para encontrar novas possibilidades de dar vida às histórias que contamos sobre a nossa própria cultura”, conclui.
SERVIÇO
Tropicália
12 a 15 de junho (quinta a domingo)
Sempre às 20h
Ateliê Eco Arte (SHIP - Asa Sul)
Entrada gratuita mediante doação de 1 litro de leite
Mais informações no perfil do grupo: @infiltradoscia