Por: Rodrigo Fonseca | Especial para o Correio da Manhã

Com filme novo chegando, Lanterna Verde é destaque em várias frentes

O canadense Nathan Fillion dá vida ao último filho de Krypton nas telas. Filme eleva interesse pelos quadrinhos do Lanterna Verde | Foto: Divulgação

Ansiado pelo circuito exibidor como um potencial fenômeno comercial, "Superman", de James Gunn, escalou David Corenswet para viver Clark Kent ciente de que a cinefilia mundial ainda se lembra de Christopher Reeve (1952-2004) quando vê o tímido repórter do Planeta Diário e já ciente de que uma outra figura icônica pode ofuscar o último filho de Krypton na tela: Guy Gardner.

Os primeiros trailers do longa-metragem, previsto para 10 de julho, jogam holofotes sobre uma figura enfezada, com cabelo de cuia e um anel esmeralda no dedo. Nathan Fillion é quem vive essa controversa figura, que ganhou fama entre o público leitor do Brasil nos anos 1980, nas extintas revisitinhas "Superamigos" e "Liga da Justiça", da editora Abril.

Caberia a ele ser o primeiro Lanterna Verde da Terra se o piloto de jato Hal Jordan não tivesse sido localizado antes dele, transformando esse instrutor de crianças PCDs numa espécie de interino para usar a joia que transforma reles mortais nos Sentinelas Esmeraldas do planeta Oa. Quando Jordan tem problemas, ele recebe também uma das armas de defesa mais poderosa do universo DC, nos quadrinhos, apesar de levar zero em qualquer avaliação de comportamento e de correção política. Seu temperamento irascível fez dele um ímã de fãs, que pode crescer ao Infinito com o longa de Gunn e com a corrida por seus almanaques nas bancas, nas livrarias e nos sites. Uma série de títulos da Panini Comics, em português, assegura a alegria dos fãs nacionais, que já podem recorrer a lojas como Magazine Luiza e Ri-Happy para comprar bonecos de Gardner.

Um dos tesouros quadrinhófilos à venda no site www.panini.com.br é "Lanternas Verdes: Gladiadores Esmeralda". Nele, Gardner e seus colegas Kilowog e Arísia exploram os setores desconhecidos da galáxia, determinados a iluminar com sua luz verdejante os cantos mais sombrios dos territórios desconhecidos para trazer ordem ao universo. Mas qual seria a missão secreta de Gardner para o maligno Lanterna Vermelho, Atrócitus, que o colocará em conflito com Hal Jordan? Ao longo de 304 páginas, esse tijolaço reúne artistas gráficos como Bernard Chang, Daniel HDR, Fernando Pasarin, Peter J. Tomasi e Tony Bedard.

As aventuras narradas por essa turma salpicam informações sobre a origem de Gardner no mercado editorial. Ele foi criado por John Broome e Gil Kane em "Green Lantern (vol. 2)" n° 59, em março de 1968, embora esse ferrabrás tenha sido alterado significativamente na década de 1980 por Steve Englehart e Joe Staton, que o transformaram em uma paródia chauvinista de um americano ultra macho. Esse continua sendo o arquétipo do personagem até hoje. Quando Englehart começou a escrever, John Stewart, um Lanterna associado a lutas antirracistas, era o personagem-título. Englehart inicialmente se perguntou o que impedia que vários Lanternas Verdes estivessem ativos ao mesmo tempo. Com isso, reformulou Gardner, que ganhou ainda mais adesão (e volume de vendas) ao entrar para a Liga da Justiça Internacional, numa saga de tramas escritas por J.M. DeMatteis e Keith Giffen e ilustradas por Kevin Maguire.

Entre os lançamentos da Panini, corra atrás de "A Saga do Superman - Volume 4: O Bom, o Mau e o Super". Nela, Kal-El se alia a Gardner para resgatar Hal Jordan nos confins das estrelas, mas as diferenças gritantes entre os ideais de ambos podem causar brigas. Bob McLeod, Dan Jurgens, Jerry Ordway e Roger Stern integram a equipe de criação do álbum.

Nos EUA, à espera de "Superman" estrear, a DC investe em Gardner como destaque do n° 5 da revista mensal "Green Lantern Corps". Alimenta ali o lema desse brigão cheio de superpoderes de luz esverdeada: "No dia mais claro, na noite mais densa, o mal sucumbirá ante a minha presença. Aquele que venera o mal há de penar, quando o poder do Lanterna Verde enfrentar".