Cantor e compositor apresenta no JClub álbum que consolida duas décadas de carreira
Pedro Assad nunca foi nome de sambista. Foi nas ruas do Jardim Guanabara, na Ilha do Governador, que o garoto magrinho da Rua Mangalô ganhou o apelido que carrega até hoje: Mosquito. "Isso vem dos tempos de moleque. Muito magrinho, tinha vários apelidos, mas Mosquito foi o que ficou", relembra o artista, que aos 36 anos se tornou uma das vozes mais criativas da nova geração do samba carioca.
Nesta sexta-feira (7), às 21h, Mosquito sobe ao palco do JClub da Casa Julieta de Serpa para encerrar a programação do 11º Bossa Nova e MPB in Concert. O artista apresenta ao público "Quinhão", segundo álbum de sua discografia que marca, surpreendentemente, duas décadas de trajetória no samba carioca.
Produzido por Pretinho da Serrinha, "Quinhão" reúne dez faixas que celebram o samba de raiz e o partido alto. O disco conta com parcerias de peso: Mart'nália e Tereza Cristina dividem composições ao lado de representantes da nova geração como Leandro Fregonezzi e Inácio Rios. "Me sinto muito honrado com essas parcerias. Compositores talentosíssimos que me deram uma colher de chá e somaram muito no álbum", destaca o jovem sambista que esbanja maturidade.
A autenticidade do trabalho recebeu a benção de Moacyr Luz, que assina a apresentação do disco. "Percebe-se a paisagem carioca nos versos desses dez sambas. Mosquito recorre ao subúrbio de Aldir Blanc e Noel Rosa para vestir a tradição de citações", destaca o criador do Samba do Trabalhador. Para Mosquito, essa conexão é vital: "É nessa fonte que eu bebo. Desse jeito aprendi e aprendo até hoje. A gente faz do nosso jeito, mas sem fugir da receita original."
Entre os destaques do álbum estão "Mãinha Tinha Razão", "Desistiu de Mim" e "Vida de Moleque", que exploram as particularidades da zona norte carioca. O reconhecimento de sua obra já conquistou admiradores como Caetano Veloso, que após conhecer a canção "Só Por Hoje" declarou: "Fiquei tão apaixonado que cheguei a tentar gravá-la. Mas percebi que fica bonito mesmo é com Mosquito cantando com sua voz pura e límpida, dominada pelo sotaque do samba carioca de raiz."
Considerado um dos principais improvisadores da nova geração, Mosquito já dividiu palco com Jorge Aragão, Arlindo Cruz, Dudu Nobre e Diogo Nogueira, conquistando lugar no cobiçado Hall dos Versadores do Cacique de Ramos. Em 2015, recebeu o prêmio de Melhor Álbum na categoria Samba pelo iTunes com "Ô Sorte".
SERVIÇO:
MOSQUITO
JClub - Casa Julieta de Serpa (Praia do Flamengo, 340 - 1º andar) | /11, às 21h
Ingressos: R$ 120 e R$ 60 (meia-entrada e meia social com 1kg de alimento não-perecível)