Por: Affonso Nunes

Samba de altíssima patente é com Nelson Sargento

Nelson e o parceiro Agenor Oliveira numa das lives feitas durante a pandemia, quando os parceiros iniciaram o projeto de sambas inéditos | Foto: Acervo da família

Tem sargento no nome, mas é da mais alta patente do samba. Nelson Sargento, que partiu em maio de 2021 aos 96 anos, ganha seu último tributo oficial no ciclo de celebrações do centenário, nesta quinta-feira (24), às 19h30, no Teatro Rival Petrobras. O espetáculo, produzido por Camilo Árabe e Elfi Kurten, é também a primeira homenagem ao bamba sem a presença de Evonete Belizario Mattos, companheira do sambista que morreu em abril.

Agenor Oliveira, parceiro de Nelson em grandes composições, comanda a noite ao lado do diretor musical Paulão 7 Cordas, seguindo o pensamento do amigo: "Se você não espalhar o que viu, a história não anda. O samba é um grande delator". Entre os convidados, Áurea Martins, Nilze Carvalho, Ilessi, Didu Nogueira e Mestre Siqueira.

O repertório percorre pérolas sargentianas como "Primavera", "Agoniza Mas Não Morre" e "Falso Amor Sincero", além de inéditas que integrarão um disco em fase final de produção. Durante o show, será apresentado em primeira mão o segundo single do projeto de inéditas iniciado por Nelson e Agenor antes da pandemia. "Será um documento, mais do que um disco com perfeição digital. Vamos manter tudo o mais real possível", promete Agenor.

Em paralelo, uma exposição revela a faceta menos conhecida do artista: suas pinturas naif. Os quadros, reunidos de acervos particulares, mostram a força da simplicidade com que retrata a vida cotidiana do Rio. Discípulo de Cartola e autor de mais de 400 composições, o "Filósofo do Samba" espalhou as raízes da Mangueira pelo mundo, defendendo o gênero que "agoniza, mas não morre" como ele cantou e ensinou aos que chegaram depois.

SERVIÇO

TRIBUTO A NELSON SARGENTO

Teatro Rival Petrobras (Rua Álvaro Alvim, 33 - Cinelândia) | Ingressos entre R$ 50 e R$ 120