Depois de se apresentar para um Qualistage com lotação esgotada no último fim de semana, Ana Carolina segue em turnê nacional com seu show "25 Anas". Dividido teatralmente em cinco atos não cronológicos, o show é permeado por grandes sucessos, elementos cênicos e projeções em LED que ajudam a contar, de forma quase cinematográfica, as eras vividas pela cantora. É também nesse armazém simbólico que o público tem acesso, em primeira mão, às faixas inéditas do EP 'Ainda Já'.
"O tempo é a razão disso tudo. Revisitar meus 25 anos de carreira é essencial neste show, mas quero também que o público viaje comigo para o agora e para o que ainda está por vir. Essas novas canções refletem meu presente e antecipam os caminhos que pretendo trilhar nos próximos anos", explica Ana Carolina, que voltará ao Qualistagem em data extra em 19 de setembro.
Lançado pela Sony Musica, o EP reúne cinco composições inéditas e autorais, representando o primeiro trabalho de músicas próprias da artista desde "N9ve", álbum em que assinou todas as faixas em parceria.
O título "Ainda Já" sintetiza essa dualidade temporal que permeia todo o trabalho: a celebração do percurso consolidado desde novembro de 1999, quando ganhou notoriedade nacional, simultaneamente ao movimento de abertura para experimentações futuras.
A produção, assinada pela própria Ana Carolina em parceria com Iuri Rio Branco, revela um projeto que transita com desenvoltura entre diferentes vertentes da MPB. O repertório passeia por baladas pop, marcha rancho, pop rock e sonoridades que dialogam com a bossa nova, mantendo como fio condutor o romantismo que sempre caracterizou o cancioneiro da artista, mas filtrado por duas décadas e meia de vivências.
"Esse EP nasce do desejo de pensar caminhos novos, mas com os pés firmes nas minhas raízes. É fruto de um processo autoral em que me abro para o inesperado — experimentando com artistas com quem nunca havia dividido notas, descobrindo novas paisagens sonoras e formas de dizer", explica a cantora sobre o projeto.
A decisão de retomar a composição após tanto tempo também representa um movimento de autonomia criativa. Ana Carolina assume não apenas a direção artística, mas também a produção do EP, sinalizando um momento de maior controle sobre sua obra. Esse protagonismo criativo se alinha com a maturidade artística de quem construiu uma carreira sólida e agora se permite experimentar sem pressões externas.