Por: Affonso Nunes

Marcelo Jeneci entre hits e forrós sintetizados

Marcelo Jeneci mostra as releituras eletrônicas para o forró de seu álbum indicado ao Grammy Latino | Foto: Divulgação

Marcelo Jeneci sobe ao palco do Teatro Rival Petrobras no dia 31 de maio para apresentar o show "Pra sonhar", em que costura canções marcantes de sua trajetória com faixas do mais recente trabalho, "Night Clube Forró Latino", indicado ao Grammy Latino em 2024. Com uma abordagem que funde sanfona e sintetizadores, Jeneci propõe uma experiência sonora que desafia classificações de gênero e transforma o espaço cênico em um território compartilhado entre artista e plateia.

O instrumento que guia essa travessia é simbólico: a sanfona que o cantor ganhou de Dominguinhos, seu mestre e padrinho musical. Com ela, Jeneci construiu uma linguagem que mantém raízes no forró, mas flerta com a canção romântica, o pop e a música eletrônica. A proposta do espetáculo é mais do que um passeio por sucessos. É a construção de um clima em que cada música seja vivida como um gesto de presença, com a audiência participando do percurso emocional da apresentação.

O repertório reúne composições que marcaram sua carreira, como "Felicidade", "Pra sonhar" e "Feito pra acabar", além de faixas do novo álbum, que amplia sua pesquisa sobre o lugar do forró no século XXI. Com timbres eletrônicos, batidas dançantes e letras que evocam afeto e pertencimento, "Night Clube Forró Latino" atualiza a tradição sem descaracterizá-la, propondo um diálogo vivo entre passado e futuro.

Filho de afinador de acordeões da zona leste de São Paulo, Jeneci cresceu em contato com a música desde cedo. Estreou como compositor ao lado de Chico César e Arnaldo Antunes, e passou a se destacar na cena musical brasileira a partir da década de 2010, quando lançou seu primeiro álbum solo.

A colaboração com artistas como Laura Lavieri, que dividiu com ele os vocais por vários anos, e a busca constante por novas texturas sonoras consolidaram seu nome como um dos principais representantes da nova geração da MPB. Seu trabalho é marcado pela combinação de lirismo, melancolia solar e inventividade musical.