Por: Affonso Nunes

Martinho da Vila (e de Angola)

Martinho da Vila: 'Dizem até que tive participação na conquista da liberdade política deles. Imagina' | Foto: Divulgação

Poucos artistas brasileiros mantêm com Angola uma relação tão profunda quanto Martinho da Vila. Desde a primeira visita ao país africano, ainda em 1969, quando Angola lutava por sua independência, o cantor se tornou um embaixador afetivo da cultura local — e essa vivência tem moldado não apenas sua obra, mas sua própria visão de mundo. É com esse laço reafirmado que ele chega ao palco do Circo Voador no sábado, 31 de maio, com o espetáculo "O Canto Livre de Angola".

Recém-chegado de mais uma viagem à África, onde comemorou os 50 anos da independência angolana ao lado de sua banda, Martinho resgata momentos-chave dessa trajetória em seu livro *"Kizombas, Andanças e Festanças"*. Foi em 1982 que ele organizou pela primeira vez no Brasil o projeto "O Canto Livre", responsável por introduzir a música angolana no país. "Dizem até que tive participação na conquista da liberdade política deles. Imagina", escreveu o artista, que carrega o título de embaixador cultural honorário de Angola.

O repertório da noite vai refletir esse intercâmbio cultural com canções como "À Volta da Fogueira", "Semba dos Ancestrais" e "Muadiakime", além de clássicos martinianos como "Devagar Devagarinho", "Madalena do Jucu" e "Disritmia". Com sua integridade artística, Martinho oferece a seu público uma ponte entre continentes, o encontro do samba e do semba numa celebração à liberdade.

SERVIÇO

MARTINHO DA VILA | O CANTO LIVRE DE ANGOLA

Circo Voador (Rua dos Arcos, s/nº - Lapa)

31/5, a partir das 20h (abertura dos portões)

Ingressos: R$ 160 e R$ 80 (meia)